Pelo 15º ano, a equipe da Hortifruti Brasil se reuniu, no dia 21 de maio deste ano, com produtores e técnicos da região de Mogi Guaçu (SP) para apurar os custos de produção de tomate de mesa. Os dados são consolidados para a temporada de 2023, e foi feito um orçamento para 2024, como vem sendo realizado nos últimos anos. Os Custos Totais consolidados em 2023 ficaram acima do orçamento feito para a safra no ano passado, já que, ao longo do segundo semestre, os custos de produção voltaram a subir.

O método de levantamento dos dados é o Painel, e não houve alterações na estrutura da propriedade típica da região paulista. A escala típica das propriedades de Mogi Guaçu continua com 15 hectares.

Pelo menos metade da área cultivada em Mogi Guaçu é representada por plantio em terras arrendadas, devido à necessidade de rotação de áreas para o cultivo. O valor do arrendamento teve reajuste positivo de 18,2% em 2023, já que, na época, as negociações das terras para arrendamento ainda tinham reflexos da alta dos preços das grandes commodities. Já em 2024, os produtores declararam que os valores se mantiveram, como já era previsto no ano passado, em função da desaceleração no aumento da demanda das grandes commodities por áreas. O plantio de tomate em terras próprias acontece geralmente em áreas nas quais o fruto não tenha sido cultivado por, pelo menos, quatro a cinco anos.

Para a safra de inverno 2024, a estimativa é que o custo de implantação da estrutura de condução do tomate apresente avanço frente à safra 2023, passando de R$ 14.591,00 por hectare para R$ 16.167,00 – com vida útil de três safras ou três anos, no caso de uma safra por ano.

A lista dos itens que compõem a infraestrutura se manteve em 2023 e deve seguir a mesma também em 2024, havendo reajustes nos valores. O barracão (desmontável), que tem vida útil de três anos, teve valor estimado em R$ 34.500,00 em 2022 (com taxa anual de 10% de manutenção e 20% de valor residual), passando para R$ 36.000,00 em 2023, e, agora, para R$ 37.620,00 em 2024; o barracão para depósito de defensivos e embalagens ficou avaliado em R$ 28.750,00 em 2022, passando para R$ 30.000,00 em 2023 e novamente reajustado para R$ 31.250,00 em 2024; o refeitório (desmontável) foi avaliado em R$ 17.500,00 em 2022 (com dois anos de vida útil, taxa de manutenção de 25% e valor residual de 10% ao ano); em R$ 19.000,00 em 2023; e em R$ 19.855,00 em 2024. Os três banheiros desmontáveis passaram de R$ 2.750,00 em 2022 cada (com vida útil de dois anos, sem valor residual), para R$ 3.000,00 em 2023 e R$ 3.135,00 em 2024.

O total de caixas plásticas para a colheita de tomate continuou de 2.000 unidades, considerando-se uma área de 15 hectares. O valor de aquisição de cada caixa vinha se mantendo estável desde 2021, em R$ 21,00, mas subiu para R$ 22,00 em 2023 e 2024 – há uma taxa média de reposição de 25% ao ano dessas caixas.

O sistema de irrigação desde 2014 é por gotejamento, e a captação da água se dá predominantemente por motor elétrico.
O custo com mudas vem tendo um forte incremento desde 2021, devido à mudança tecnológica, que passa ser de uso de mudas enxertadas, no qual o custo é muito maior do que das não enxertadas (pé-franco). Assim, nos últimos quatro anos, os incrementos dos custos foram bastante expressivos, à medida que o percentual de enxertia aumentou nas áreas cultivadas. Em 2021, estimava-se que metade da área foi cultivada com mudas enxertadas, passando para 70% em 2022, para 75% em 2023, e para 80% em 2024. O inventário de máquinas e implementos se manteve o mesmo.
Notícia publicada originalmente em: https://ruralnews.agr.br/agricultura/tomate/produtores-e-tecnicos-avaliam-o-custo-de-producao-do-tomate

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