Em janeiro de 2022, a produção industrial nacional mostrou redução de 2,4% frente ao mês de dezembro de 2021 (série com ajuste sazonal), eliminando, dessa forma, parte da expansão de 2,9% registrada no mês anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já em relação a janeiro de 2021, houve recuo de 7,2%. Em doze meses, a indústria acumula alta de 3,1%.
O recuo (-2,4%) na atividade industrial na passagem de dezembro de 2021 para janeiro de 2022 foi acompanhado por todas as quatro grandes categorias econômicas e pela maior parte (20) dos 26 ramos pesquisados.
Entre as atividades, as influências negativas mais importantes foram assinaladas por veículos automotores, reboques e carrocerias (-17,4%) e indústrias extrativas (-5,2%), que haviam acumulado expansão de 18,2% e de 6,0%, respectivamente, nos dois últimos meses de 2021. Outras contribuições negativas relevantes vieram de bebidas (-4,5%), de metalurgia (-2,8%), de outros produtos químicos (-2,2%), de máquinas e equipamentos (-2,3%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-5,4%), de produtos de metal (-3,3%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-4,5%) e de produtos de minerais não-metálicos (-2,4%).
Por outro lado, entre as seis atividades que apontaram crescimento, exerceram os principais impactos em janeiro de 2022 as produções de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,5%) e de produtos alimentícios (1,4%). A primeira intensificou a taxa positiva verificada no mês anterior (0,1%); e a segunda marcou o terceiro mês seguido de expansão, acumulando nesse período ganho de 13,8%.
Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, as produções de bens de consumo duráveis (-11,5%) e de bens de capital (-5,6%) assinalaram as taxas negativas mais acentuadas em janeiro de 2022, com a primeira eliminando o avanço de 9,6% acumulado nos dois últimos meses de 2021; e a segunda revertendo a expansão de 5,4 registrada no mês anterior.
Sendo que os setores de bens intermediários (-1,9%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (-0,5%) também mostraram redução nesse mês, com o primeiro eliminando o crescimento de 1,5% verificado nos dois últimos meses de 2021; e o segundo voltando a recuar após crescer 1,5% em dezembro de 2021, quando interrompeu três meses consecutivos de queda na produção, período em que acumulou perda de 1,5%.
Média móvel trimestral fica em 0,1% no trimestre encerrado em janeiro
Ainda na série com ajuste sazonal, a média móvel trimestral da indústria mostrou variação de 0,1% no trimestre encerrado em janeiro de 2022 frente ao nível do mês anterior, quando cresceu 0,8% interrompendo trajetória descendente iniciada desde janeiro de 2021.
Entre as grandes categorias econômicas, o setor de bens de consumo semi e não-duráveis (0,3%) apontou o único resultado positivo nesse comparativo, sendo ligeiramente superior ao verificado no mês anterior (0,1%).
Por outro lado, os setores de bens de capital (-1,2%), de bens de consumo duráveis (-0,9%) e de bens intermediários (-0,2%) assinalaram os recuos em janeiro de 2022, após registrarem crescimento em dezembro de 2021: 1,3%, 2,4% e 0,2%, respectivamente.
Frente a janeiro de 2021, todas as categorias tiveram resultado negativo
Na comparação com janeiro de 2021, a indústria recuou 7,2% em janeiro de 2022, com resultados negativos em todas as grandes categorias econômicas e em 18 dos 26 ramos, 56 dos 79 grupos e 67,0% dos 805 produtos pesquisados. Sendo que janeiro de 2022 (21 dias) teve um dia útil a mais do que igual mês do ano anterior (20).
Entre as atividades, as principais influências negativas vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias (-23,5%), de indústrias extrativas (-6,7%), de produtos de borracha e de material plástico (-18,8%) e de produtos de metal (-20,8%).
Outros destaques negativos importantes foram: móveis (-33,0%); produtos têxteis (-26,7%); couro, artigos para viagem e calçados (-22,6%); confecção de artigos do vestuário e acessórios (-22,2%); produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-21,3%); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-19,6%); bebidas (-9,6%); metalurgia (-6,8%); produtos de minerais não-metálicos (-6,2%) e outros produtos químicos (-3,8%).
Por outro lado, entre as oito atividades que apontaram expansão na produção, a de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (10,0%) exerceu a maior influência na formação da média da indústria.
Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo duráveis (-25,8%) assinalou, em janeiro de 2022, a queda mais acentuada. Mas os setores produtores de bens de consumo semi e não-duráveis (-8,4%), de bens de capital (-8,1%) e de bens intermediários (-5,0%) também mostraram resultados negativos nesse mês, com dois primeiros apontando recuos mais intensos do que o observado na média da indústria (-7,2%); e o último com a redução mais moderada entre as categorias.
O setor de bens de consumo duráveis (-25,8%) apresentou o sétimo resultado negativo consecutivo na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O segmento foi pressionado, em grande medida, pela redução na fabricação de automóveis (-29,8%) e de eletrodomésticos da ‘linha branca’ (-28,1%) e da ‘linha marrom’ (-20,1%). Além disso, os grupamentos de outros eletrodomésticos (-29,9%) e de móveis (-41,6%) também tiveram quedas importantes. Por outro lado, o principal impacto positivo veio da maior produção de motocicletas (56,9%).
O setor de bens de consumo semi e não-duráveis (-8,4%) recuou pelo sétimo mês consecutivo, tendo registrado -7,5% em dezembro, -6,4% em novembro, -10,1% em outubro, -5,6% em setembro, -1,1% em agosto e -1,9% em julho. O desempenho negativo em janeiro foi explicado, principalmente, pela redução nos semiduráveis (-24,3%), pressionado, em grande parte, pela menor fabricação de calçados e roupas, além de colchões, piscinas de plástico, telefones celulares e garrafas térmicas.
Mas o grupamento de não-duráveis (-13,6%) também assinalou resultado negativo expressivo, influenciado, principalmente, pelos recuos na produção de medicamentos, artigos de plástico para uso doméstico, isqueiros, artigos descartáveis de plástico e cigarros, entre outros. Por outro lado, o grupamento de carburantes (12,1%) apontou o único resultado positivo, impulsionado, pela maior fabricação de gasolina automotiva.
O segmento de bens intermediários (-5,0%) teve queda pelo sexto mês consecutivo (-4,1% em dezembro, -2,9% em novembro, -6,7% em outubro, -3,6% em setembro e -1,9% em agosto). Os recuos nos produtos associados às atividades de indústrias extrativas (-6,7%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (-17,5%), de produtos de borracha e de material plástico (-18,0%), de produtos de metal (-18,1%), de metalurgia (-6,8%), de produtos têxteis (-26,0%), de produtos de minerais não-metálicos (-6,2%), de outros produtos químicos (-3,7%) e de máquinas e equipamentos (-2,1%) são os principais responsáveis pelo resultado da categoria em janeiro.
Ainda nessa categoria econômica, vale citar também os resultados negativos assinalados pelos grupamentos de insumos típicos para construção civil (-10,8%) e de embalagens (-14,8%).
Por outro lado, as pressões positivas foram registradas por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (9,5%), produtos alimentícios (5,9%) e celulose, papel e produtos de papel (0,4%).
Já a produção de bens de capital (-8,1%) interrompeu uma sequência de dezesseis meses de taxas positivas consecutivas na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O segmento foi influenciado em janeiro de 2022 pela redução observada nos grupamentos de bens de capital para equipamentos de transporte (-17,7%) e para fins industriais (-12,5%). Por outro lado, os impactos positivos foram assinalados pelos subsetores de bens de capital de uso misto (9,1%), para energia elétrica (15,2%), agrícolas (8,8%) e para construção (4,6%).