Confira o tudo o que aconteceu no primeiro semestre de 2023 no mercado financeiro
O começo do ano de 2023 foi recheado de incertezas e eventos que impactaram negativamente o mercado. A recuperação judicial das Americanas logo no início de janeiro deixou o mercado bastante inseguro, com os investidores fugindo do risco e fazendo o Ibovespa recuou para patamares abaixo dos 100 mil pontos no final de março. A renda fixa também sofreu com o aumento dos juros futuros encostando nos 14% ao ano e com o spread do crédito corporativo aumentando consideravelmente.
Nos primeiros três meses do ano, praticamente não tivemos emissões de dívida das empresas e quem estava enforcado precisou entrar em recuperação judicial. Isso impactou os fundos de crédito privado que entregaram retornos bem abaixo do CDI, ocasionando resgates e perda de patrimônio de gestores experientes da indústria. O Investidor médio correu para os CDBs de grandes bancos para evitar maiores perdas.
Luz no fim do túnel?
Os preços dos ativos extremamente descontados, combinado com os valores das commodities ainda em patamares altos fizeram com que os investidores institucionais começassem a aproveitar o momento para se posicionar no Brasil no final de março, enquanto muitos estavam assustados.
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Como aprendizado, temos que lembrar que somos um país de matérias primas e independente do ambiente político, os preços de petróleo, minério de ferro e agrícolas, inevitavelmente trazem fluxo positivo para o país, fazendo o dólar cair e a bolsa subir em algum momento.
Neste momento, em 12 de junho, o Ibovespa já atingiu 117 mil pontos e acumula alta de 20% desde o fundo dos 97 mil pontos em março. Já o dólar opera abaixo dos 4,90 – coisa que não acontecia há vários meses – e a renda fixa começa a oferecer taxas pré-fixadas cada vez mais baixas. Será que podemos acreditar na continuação deste momento mais positivo?
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Inflação dá sinais de melhora
O pano de fundo do ambiente de melhora do humor têm sido os dados de inflação. O IPCA acumulado em 12 meses em maio ficou em 3,94% ante 4,18% em abril e bem abaixo dos 5,78% de 2022.
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O IGP-M, que é o índice do atacado, tem apresentado deflação consecutivas no mês a mês. Isso abre caminho para que o Banco Central possa começar a reduzir os juros no início do 2º semestre.
Cenário externo incerto
O ponto de maior incerteza é o cenário Internacional, que apesar de sinais de melhora da inflação ainda teremos aumento dos juros nas próximas reuniões do FED Americano e do BCE Europeu, isso deve continuar fazendo pressão nos investimentos de maior risco.
Até agora, os bancos que foram à falência nos EUA tiveram soluções bastante rápidas e efetivas por parte do governo e mercado para evitar o risco de contágio na economia.
O PIB Americano apresentou forte desaceleração, mas ainda não podemos cravar que vai passar por uma recessão, apesar de muitos economistas afirmarem que isso ainda vai ocorrer ao longo do ano.
Outro fantasma que paira no ar é uma possível crise de crédito corporativo, com o aumento explosivo de calotes acontecendo e fazendo o mercado entrar em uma espiral negativa acabar com toda a liquidez das empresas. Este seria o cenário mais pessimista que pode acontecer e desencadearia uma crise mundial tão forte ou até maior que a de 2008.
Projeções para 2023 segundo a XP
Recentemente a XP elevou a projeção do Ibovespa de 128 para 130 mil pontos para o final do ano de 2023, com um espaço para valorização adicional de aproximadamente 10%. O que sustenta a tese é o “Valuation” ainda descontado, perto de 7,4x frente uma média histórica de 11x.
No entanto, a cautela deve prevalecer nos próximos meses, não tanto por esperar quedas repentinas, mas por vermos uma menor aceleração das altas e uma eventual lateralização.
O risco político nacional com o governo não se entendendo com o Congresso combinado com o cenário geopolítico de guerras internacionais e uma possível recessão à vista devem fazer os investidores irem com menos vontade ativos de maior risco.
Indicadores do Semestre – Até 12 de Junho de 2023
- IPCA:+3,94%
- CDI:+5,48%
- DOLAR: -8,02%
- IBOVESPA: +6,93%
- S&P: +13,01%
- Nasdaq: +28,62%
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