Em relação ao papel do Comitê de Política Monetária (Copom), Campos Neto disse ter pendurado um quadro no órgão indicando que autoridade do argumento vale mais do que argumento da autoridade. O presidente do BC afirmou ainda que cada dia é um dia ao ser questionado sobre como é a rotina de um presidente da autoridade monetária.
Nas últimas semanas, Campos Neto virou alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aliados políticos pela alta nas taxas de juros e na meta de inflação que vigoram no País.
Os ataques à política monetária foram personificados na figura do presidente do BC, que concedeu inclusive uma entrevista ao programa Roda Viva para esclarecer o papel da entidade e distanciar sua imagem das decisões institucionais do Banco Central.
Durante a palestra, ao ser questionado sobre o SAMBA, modelo macroeconômico nacional usado pela instituição, Campos Neto afirmou que este é apenas um de vários modelos utilizados pelo Banco Central. “SAMBA é um dos modelos. Mas temos vários tipos de modelos. Temos modelos agregados, modelos mais setoriais, modelos mais amplos (…)”, disse. “Lembrando que nossos modelos são bastante transparentes”, emendou, ao reforçar que o método pode ser replicado por economistas do mercado.
Campos Neto chegou no domingo de uma viagem à Bangalore, na Índia, para participar da reunião financeira das 20 maiores economias do mundo (G20). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também foi ao evento.