O prejuízo líquido ajustado somou R$ 140 milhões antes do impacto da venda da escrow, em função da queda no EBITDA e dos eventos acima mencionados. No acumulado, a Cogna passou de um lucro de R$ 585,4 milhões no 1S19 para um prejuízo líquido de R$ 93,2 milhões neste ano.
Principais destaques:
• Redução de 21,3% na receita do 2T20 somando R$ 1,37 bilhão e 16,2% no 1S20 totalizando R$ 2,99 bilhões. A queda foi em função da redução na base de alunos e do ticket médio do ensino presencial; parcialmente compensada pelo crescimento da base de alunos do ensino digital. Nas unidades próprias, fica evidente a queda de relevância do FIES, cuja receita apresentou queda de 48% além de outros fatores;
• EBITDA negativo em R$ 139 milhões no 2T20, impactado por (i) prejuízo com a venda da conta escrow vinculada à aquisição da Somos; e (ii) maior provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) no ensino superior pagante e nos produtos de parcelamento (PEP/PMT). O EBITDA recorrente foi de R$121 milhões, queda de 81% na comparação anual, devido à redução de receitas e ao maior nível de PCLD. No 1S20, o EBITDA foi positivo em R$ 365,3 milhões, (-73,4%);
• Do lado positivo, houve geração de caixa e a Cogna sustentou uma sólida posição de caixa e um perfil de dívida bastante alongado. Geração de caixa positiva em R$ 145 milhões, em função da estabilização do prazo médio de recebimento, da redução do capex e do recebimento da última parcela do PNLD 2020;
• A base de alunos (graduação) ficou em 844.181 no final de junho (845.562 em jun/19). Do total registrado em junho/20. Da base total, 552.029 eram da base digital que teve crescimento de 12,2% no período de 12 meses e 292.152 do ensino presencial, que registrou queda de 17,3%;
• No 2T20, os investimentos somaram R$ 89,4 milhões, sendo R$ 70,8 milhões Capex e R$ 18,6 milhões em expansão, com redução em relação à receita registrada;
• A dívida liquida somou R$ 4,81 bilhões contra R$ 7,41 bilhões em jun/19, com a dívida bruta de R$ 8,54 bilhões, concentrada no longo prazo (R$ 7,21 bilhões). O disponível somou R$ 3,73 bilhões. Visando minimizar os efeitos da pandemia, a empresa adotou medidas emergenciais como:
• Suspensão temporária de contratos de trabalho e da redução temporária de jornada, possibilitados pela medida provisória 936.;
• Redução significativa da remuneração variável dos colaboradores; e
• A renegociação de diversos contratos com fornecedores.
Além disso, a Cogna passou a adotar medidas mais restritivas de rematrícula, evitando que débitos antigos fossem renovados. No curto prazo a medida gera aumento da evasão e consequente aumento da PCLD, pois os títulos não são renovados e depois de 360 dias são baixados para perda (apesar de continuarmos com o esforço de cobrança). No entanto, a base remanescente é mais saudável e permite resultados em patamares mais sustentáveis no longo prazo, segundo a companhia.
Ontem a ação COGN3 encerrou cotada a R$ 6,57 com queda de 45,2% no ano.