A companhia registrou prejuízo líquido no 4T20, devido a uma baixa contábil no período, referente ao Ecoporto de Santos. No entanto, a Ecorodovias reportou recuperação do tráfego em suas concessões. Ainda, o aumento da exportação de soja e celulose, implicaram no aumento da movimentação de veículos pesados na Ecovias dos Imigrantes, Ecocataratas e Eco050. Entre os principais pontos:

• Os custos caixa do segmento de concessões rodoviárias apresentaram aumento de R$ 122,3 milhões no 4T20 (+61,8%) devido, principalmente, aos gastos iniciais da Ecovias do Cerrado, a partir de janeiro de 2020, incremento em conservação e manutenção, aumento dos gastos com serviços de consultorias administrativas, financeiras, de recursos humanos, de tecnologia da informação, de compras corporativas e de engenharia prestados pela Empresa de Serviços (ECS), à contabilização de passivo referente a penalidades na Eco101 (R$ 72,6 milhões), no âmbito da Operação Infinita Highway, provisão para multas administrativas na Eco101 (R$ 7,1 milhões) e provisões cíveis e trabalhistas na Ecovia Caminho do Mar e Ecocataratas (R$ 7,3 milhões), devido ao encerramento dos Contratos de Concessão em novembro de 2021;

• O EBITDA foi de R$ 550,1 milhões no 4T20 (-7,1%) e a margem EBITDA, 66,1% devido, principalmente, aos gastos iniciais da Ecovias do Cerrado, a partir de janeiro de 2020 e à contabilização, no 4T19, de uma receita de R$ 53,4 milhões no Ecoporto Santos, na rubrica outras receitas/despesas, decorrente de valores recebidos referente ao reembolso de contingências por força do contrato de aquisição do Ecoporto;

• O resultado financeiro apresentou aumento de R$ 75,0 milhões no 4T20 (+35,3%) e R$ 86,6 milhões em 2020 (+12,4%);

• O lucro líquido recorrente totalizou R$55,3 milhões no 4T20 (-39,2%), devido à redução do EBITDA (-R$ 42,0 milhões), em função, principalmente, dos gastos iniciais da Ecovias do Cerrado, a partir de janeiro de 2020 e à contabilização, no 4T19, de R$ 43,9 milhões no Ecoporto Santos, decorrente de valores recebidos referente ao reembolso de contingências por força do contrato de aquisição do Ecoporto e do resultado financeiro (-R$ 79,6 milhões). Por outro lado, o lucro foi impactado positivamente pela redução da depreciação e amortização (+R$ 23,4 milhões), devido à atualização da curva de tráfego para amortização dos ativos intangíveis e redução da provisão para manutenção (+R$ 35,5 milhões), decorrente da revisão do cronograma de obras futuras das concessionárias;

• A dívida bruta da Ecorodovias atingiu R$ 8.458,1 milhões em dezembro de 2020, 81,3% com vencimento no longo prazo e 18,7% no curto prazo;

• O capex realizado no 4T20 atingiu R$ 337,6 milhões e em 2020, R$ 1.275,1 milhões. Os principais investimentos – nas concessões rodoviárias – destinaram-se às obras iniciais na Ecovias do Cerrado e duplicações na Eco050 e Eco101.

Impacto: Positivo. A Ecorodovias reportou um forte resultado, que foi negativamente impactado pela baixa contábil no período; referente ao Ecoporto de Santos e também os gastos iniciais com a Ecovias do Cerrado, mas que mostrou grande resiliência da empresa. A companhia de concessões rodoviárias foi muito afetada pelo isolamento social, imposto após o início da disseminação da Covid-19 no país. No entanto, devido a qualidade da gestão e do portfólio de ativos, a Ecorodovias conseguiu apresentar acelerada retomada. Gostamos do ativo e ressaltamos um ponto de atenção para o retorno dos leilões de concessões; além da grande exposição a rotas de escoamento da produção de commodities, o que garante certa resiliência no tráfego de veículos pesados.

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