Seu cafezinho pode continuar a subir! De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o preço da bebida pode aumentar em até 25% nos supermercados nos próximos dois meses. 

O aumento, que vem desde maio do ano passado, superou a inflação de outros alimentos essenciais, como leite (18,4%), arroz (15%) e óleo de soja (26,6%), de acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA).

Com um reajuste de 37,4% em 2024 em relação ao ano anterior, o café se tornou o item mais caro da cesta básica, segundo a Abic.  

O que fez o preço do café subir?  

A produção de café foi prejudicada pela seca e temperaturas elevadas no ano passado, principais responsáveis pelo aumento dos preços.  

“Esse acúmulo de quatro anos de problemas climáticos e o crescimento da demanda global dão a explicação dessa escalada de preços no café”, destacou o presidente da Abic, Pavel Cardoso. 

A indústria teve um aumento de 200% na produção de café e precisou repassar 38% para os consumidores. 

Além disso, o câmbio desfavorável, tornando o mercado externo mais atrativo, e os custos logísticos elevados também contribuíram para a alta. 

No final de janeiro, futuros do café arábica atingiram um recorde e  chegou a US$ 3,7685 por libra-peso. Isso representa um aumento de mais de 15% neste ano.  O preço de fechamento foi de US$ 3,734 por libra-peso, o que significa uma alta de 1,9% no dia.

Quando o preço do café deve cair?  

O presidente da Abic explicou que a elevação dos preços se deve ao fato de que os custos da matéria-prima subiram 116,7% em 2024. Porém, os valores ainda não foram totalmente repassados ao consumidor.  

A entidade prevê que o preço do café poderá se estabilizar no segundo semestre. Além disso, a safra do ano que vem tem expectativas para bater o recorde de 2020.  

“E quando tivermos finalizado a colheita, portanto, com um olhar para 2026, esperamos ter uma grande safra, possivelmente superior a 2020, quando tivemos safra recorde”, afirmou Cardoso.  

Expectativa de estabilização para 2026 

Mesmo com essas expectativas, o preço do café deve sofrer grandes quedas apenas em 2026.

A safra de 2025 pode crescer 4,4% em relação à anterior, alcançando 51,8 milhões de sacas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).  

No entanto, apenas em setembro, com a finalização da colheita, será possível avaliar se haverá uma redução nos preços. 

“Com relação ao consumidor, teremos algum aumento adicional, afinal, tivemos aumentos superiores a 180% para a indústria, que absorveu esse aumento e repassou parte disso para os mercados, chegando a 37% para os consumidores. Então, parte desse aumento será transferido para os varejistas e, consequentemente, aos consumidores”, concluiu Cardoso.  

Com informações da Agência Brasil

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