A pesquisa de preços realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no último mês revela que o valor médio pago ao produtor de alho apresentou aumento em Minas Gerais e Santa Catarina, com leve redução no estado de Goiás. Entre os fatores da alta, segundo o estudo, está o período de entressafra que vai até meados de julho nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis por mais de 70% da produção de alho no país. Além disso, os cinco primeiros meses de 2021 apresentaram redução de 12,8% nas quantidades importadas, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
No caso de Minas Gerais, o preço médio pago em maio ao produtor do alho nobre roxo extra, classe 5, foi de R$ 161,75/caixa, um aumento de 6,5% em relação ao mês anterior. O mesmo comparativo revela que o aumento chegou a 8,3% em Santa Catarina, onde o preço pago foi de R$ 98,81/caixa em média. Já em Goiás, o quantitativo de R$ 138,75/caixa aponta queda de 0,9% em relação a abril. Ainda segundo a pesquisa da Conab, mesmo com os aumentos, os atuais números não superam os valores do mesmo período em 2019.
Para os consumidores, o mês de maio também apresentou percentuais de aumento. A conjuntura da Companhia mostra que o preço do alho no atacado, no estado de Goiás, por exemplo, situou-se em R$ 217,50/cx, um aumento de 17,8%. O preço do alho nacional, com origem em Minas Gerais foi de R$ 183,72/cx, ou seja, 2,4% mais caro que o mês anterior. No varejo, na cidade de São Paulo, houve alta de 2,7%, acompanhando os preços no atacado.
Importação – Mesmo com as recentes altas, entre os meses de janeiro a maio, o preço médio do alho argentino, responsável por 65,3% das quantidades importadas pelo país no período, caiu 28,3% na comparação com a média do mesmo período no ano anterior. O alho com origem na China, responsável por 33,3% das quantidades importadas pelo Brasil nos primeiros cinco meses do ano, também recuou 30,5% nos preços. Na comparação dos dois períodos, houve redução de 20,6% do preço médio do produto importado quando denominado na moeda nacional. “Os preços no atacado devem se manter firmes ou em alta devido à entressafra nas principais regiões produtoras, que deve durar até meados de julho e à redução das quantidades importadas”, explica Allan Silveira, superintendente de Inteligência e Gestão da Oferta da Conab. “Mas, a continuidade da pandemia, a baixa atividade econômica e o desemprego levam também a uma tendência de redução no consumo de alimentos. Espera-se que o programa de Auxílio Emergencial amenize esse impacto no mercado consumidor”.
As análises mensais da agropecuária realizadas pela Conab trazem um panorama abrangente das culturas e explicam como o mercado chegou às condições atuais. Os parâmetros abordados são: mercado internacional e interno, quadro de oferta e demanda, análise de rentabilidade, avaliações econômicas, instrumentos de política agrícola e outros aspectos de interesse mercadológico.
Confira aqui as análises de conjuntura da Conab para o alho e os demais produtos agrícolas.
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