Nesta terça-feira (30), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia a reunião para mais uma decisão sobre a taxa básica de juros, a Selic. A taxa está em 10,50% ao ano.

Roberto Simioni, economista-chefe da Blue3 Investimentos, não vê uma tendência de subida da Selic até o final do ano. Para ele, o Comitê deve manter a atual taxa de juros até o término da gestão do atual do BC, com Roberto Campos Neto.

“Os desafios do ambiente econômico são similares aos enfrentados na última ata do Copom. No ambiente externo, vemos bancos centrais buscando a convergência das suas respectivas inflações às metas dentro de um cenário ainda pressionado pelo mercado de trabalho e por dados de atividade econômica que precisam ser melhorados”, afirmou Simioni.

No âmbito local, o efeito positivo de todo o processo de redução de juros promovido pelo Banco Central nos últimos meses, a retomada da atividade nos últimos trimestres e o crescimento da oferta de crédito, aquece o consumo. Porém, temos um maior endividamento das famílias, o que coloca (aos poucos), o futuro da inflação sob uma condição mais desafiadora. Diante disso, o Banco Central ajustou suas projeções de inflação para 2024 e 2025.

Nesse panorama, a Selic deve ser mantida estável na próxima reunião do COPOM, pois os dados recentes do IPCA não possuem força para indicar novas reduções da taxa até o final do ano. Ainda, o COPOM tem destacado em suas atas a importância de reancorar as expectativas de inflação independentemente de quais sejam as origens dessa desancoragem, optando pela manutenção da taxa de juros em 10,5% pelo tempo que for necessário.

É necessário que haja uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, sem isso, não haverá processo de ancoragem das expectativas inflacionárias ou redução do prêmio de risco dos ativos financeiros. Sem esse esforço coordenado de política monetária e de política fiscal, a desancoragem das expectativas criará para dentro do segundo semestre e do início de 2025 um ajuste nos preços dos ativos, diante do cálculo de risco, e a perda de uma oportunidade de crescimento econômico.

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