A corrida pelo ouro entre os investidores em todo planeta tem jogado luz sobre outro metal precioso que também se acelera em valor, mas tem os preços bem mais baixos do que seu colega dourado: a prata.
O preço da onça começou setembro em US$ 27, o que representa um salto de 51% em relação ao valor de fechamento de 2019. Naquele ano, a alta já havia sido de 15,36% – recuperando com sobras a queda de 9,4%.
A procura por metais se acentuou diante das incertezas dos mercados globais quanto aos efeitos do novo coronavírus e também diante do temor de uma recessão mundial. O valor da onça do ouro pulou de US$ 1.587 para US$ 1.920 desde o início do ano até o dia 10 de setembro, valorização de 21%.
A avaliação de especialistas é que estes metais podem ser um bom mecanismo de proteção e diversificação, e, atualmente, ainda trazem como bônus um salto de valor. No Brasil, este movimento faz ainda mais sentido em razão na queda do juro na renda fixa.
“Com juro real negativo no Brasil, os investidores estão obrigados a diversificar para conseguir um bom rendimento”, afirma George Wachsmann, CIO da Corretora Vitreo. “O investidor, na busca por opções com mais risco, precisa contrabalancear a carteira para mitigar o risco e manter o principal”, afirma.
A empresa lançou neste ano um fundo lastreado em prata com aplicação mínima de R$ 1 mil e taxa de administração de 0,25% ao ano. A carteira é composta por investimentos no mercado futuro e em ETFs (fundos de índice negociados em bolsa). Além da flutuação do preço da prata, também tem exposição ao dólar e depende dos altos e baixos da moeda americana, um ingrediente a mais de risco.
Mas os fundos não são a única forma de aplicar na prata. No Brasil, é possível comprar o metal em barra, lingotes ou moedas.
“As barras são escolha de muitos investidores escolhem, porém a liquidez é baixa. Mas se o objetivo for proteção, a liquidez não será um problema tão grande assim”, avalia Everton Gaucho, consultor de investimentos pessoais. Quem busca opções mais simples de investimentos também pode adquirir certificados de propriedade.
Há, ainda, outros materiais preciosos nos quais o investidor pode aplicar. Além do Ouro e da Prata, estão para negócio elementos como Paládio, Platina e Diamante. Estes três, no entanto, têm oferta bem mais escassa no país e a revenda também pode ser um problema, submetido a pesadas taxas de negociação.
No caso dos diamantes, pode-se investir via sites ou comprando diretamente em lojas. Há complexidade em se fazer bons negócios, no entanto, pois o valor muda radicalmente de acordo com peso, corte, cor e claridade. Além disso, o preço do quilate não está em uma trajetória muito animadora: conforme o site Diamond Search Engine, caiu de US$ 209 em janeiro para US$ 206 em setembro.