Por: Tayllis Zatti
O Santander (SANB11) chamou a atenção por ter recomendações que divergem, com base em seu último resultado trimestral. A ideia da coluna, hoje, é te entregar as ferramentas e informações necessárias, em apenas um lugar, para te ajudar a analisar a situação da companhia, e, com base nisso, adotar uma posição. Vem comigo?
Alguns dados importantes da instituição, independentemente da recomendação:
- O Santander Brasil registrou um lucro líquido recorrente de R$4,3bi no 3T21. Isso foi + 4,1% na variação trimestral e +12,5% na variação anual;
- O ROE atingiu 22,4%, ante 21,6% no 2T21 e 21,0% no 3T20. Lembrando que o ROE é a sigla para “Return on Equity”, um indicador que relaciona o lucro de uma empresa com o seu patrimônio líquido. Se você realiza análise fundamentalista, com certeza sabe da importância dele para avaliar a saúde financeira de uma empresa.
Complementando:
- A margem financeira da cia ficou em 14,6bi no 3T21, um crescimento de 18% em relação ao mesmo período no ano passado e 9% acima do que no trimestre anterior;
- Já as receitas de serviços somaram 4,83bi, 2% a mais do que no mesmo período em 2020.
Piora na cobertura reforça tese de recomendação de venda
Em relatório, a XP Investimentos reforçou sua recomendação de venda, com preço-alvo de 36,0/ação. A corretora afirma que o Santander apresentou bons resultados, dando destaque para a margem financeira que ficou 10% acima do esperado por eles, atribuindo ao aumento da carteira de crédito e um mix de crédito mais lucrativo.
Ainda assim, esse bom resultado, segundo a XP, foi parcialmente compensado por maiores despesas operacionais associadas ao ritmo comercial mais rápido da instituição. Ainda o índice de cobertura caiu 50p.p. em relação ao último ano, enquanto que o índice de inadimplência caiu 0,3p.p. no mesmo período.
A corretora ainda acredita que a taxa de inadimplência continue persistindo, e conclui que a exposição a linhas de crédito mais arriscadas pode ser prejudicial para a companhia.
Postura ousada? E positiva, segundo tese de recomendação de compra
Já o BB Investimentos enxerga a companhia digamos que… com outros olhos. A margem financeira também é citada como destaque de ponto positivo, e, ainda, a postura mais ousada em relação ao mix de crédito e expansão de negócios agora sai do âmbito “arriscado e negativo” para algo potencialmente inovador.
Essa expansão está ligada, em grande parte, ao aumento da base de clientes que, curiosamente, foi 70% conquistada via canais digitais, mostrando a aderência ao digital que a empresa vinha almejando.
A crescente preocupação com a inflação e o câmbio são brevemente citados no relatório, como pontos que não ofuscaram o índice de eficiência da empresa, permanecendo, assim, um dos “melhores do setor”.
O BB recomenda compra, mantendo o preço-alvo de R$52,00 para final de 2022.
E se a reação dos mercados for neutra?
Essa é a visão da Ágora Investimentos! A corretora destaca que o Santander Brasil apresentou um bom conjunto de resultados e coloca como ponto principal o crescimento inesperadamente forte nos ganhos de trading/tesouraria, bem como a margem com clientes.
Por fim, a Ágora espera aumentos adicionais no custo do risco, considerando que os inadimplentes devem continuar se normalizando para níveis pré-pandêmicos, aliados à mudança no mix de portfólio.
A corretora adota uma posição neutra em relação ao Santander Brasil.
Como de costume, reforço que quem deve analisar e tomar a decisão, é você, investidor! Aliás, você pode conferir esses e outros relatórios na íntegra, no Clube Acionista; o único lugar que concentra os materiais das principais corretoras e casas de análise do país.
Até sexta-feira, investidor!