O principal índice brasileiro, o Ibovespa, encerrou o mês de maio subindo 3,7% em reais e 1,8% em dólares. O resultado positivo é fruto da combinação entre taxas mais baixas de juros futuros e um cenário mais previsível em relação aos gastos fiscais do governo. O nível da curva de juros brasileira recuou em bloco. Os DIs para 2025 e 2027 estavam no último pregão de abril com taxas de 12,07% e 11,81%, que foram, agora, para 11,51% e 10,93%. As taxas dos DIs para 2029 saíram de 12,11% para 10,93%, e as dos DIs para 2031, de 12,32% para 11,51%.

Nesse sentido, a XP divulgou um relatório que mostra elevação do valor justo do Ibovespa, de 128 mil pontos para 130 mil pontos para o final de 2023, ou um potencial de valorização de 20% frente ao fechamento de maio

Para Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos, expectativa é que a positividade se mantenha no segundo semestre, “até porque o patamar da bolsa está bastante depreciado, quando analisado múltiplos. Estamos operando bem abaixo da média, quando analisamos fundamentos; quanto as empresas lucram vs quanto elas estão valendo na bolsa. Teríamos assim um espaço bom de subida”.

Segundo Cunha, apesar das altas, “ainda estamos um pouco “de lado”, o topo do Ibovespa, em um tempo atrás, foi 130 mil pontos, e ainda estamos nessa lateralização, já tem aí uns três anos, pelo menos, logo, a expectativa é que isso continue”, comenta.

Se outros indicadores forem analisados, sendo o mais emblemático deles o juros futuro, “tendo ele caído bastante nos últimos dois meses; mais os dados da inflação chegando muito positivos; o IGP-M com deflação acumulada em 12 meses; o IPCA para cada vez mais controlado; o arcabouço passando no Congresso, talvez não seja a coisa mais perfeita em termos de estrutura fiscal”, afirma.

Entretanto, conforme o CEO, pelo menos é “algo palpável, tudo isso abriu um pouco o terreno para haver uma recuperação no preço dos ativos, e isso já vemos na curva de juros futuro, que caiu, a mais longa estava em quase 14, indo para 11,5, se essa curva de juros continuar caindo, isso vai refletir diretamente no preço dos ativos, consequentemente, na alta da bolsa”.

Texto: Comunicação iHUB/Edição: Cátia Chagas