Paulina Chiziane tem 66 anos e é de Moçambique. Foi a escritora premiada com um dos mais importante prêmios literários do mundo em 2021, o Camões. A sua obra se aproxima de duas dezenas de romances e contos lançados mundialmente.

Sua história se passa em dois momentos, quando participou ativamente na cena política de Moçambique como membro da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), na qual militou durante a juventude. Mas deixou de se envolver na política para se dedicar à escrita e publicação das suas obras.

O Canto dos Escravizados é sua obra mais recente lançada no Brasil em 2017. Um livro de poemas que ecoam a relação entre África e a diáspora negra por meio de vozes que acentuam saberes, visões e comprometimentos, destacando os legados ontológico, histórico, político e étnico-cultural deixados pelos escravizados aos afrodescendentes em todo o mundo, destaca a Livraria Simples.

E em um artigo publicado pela Revista 451, a autora Eliana Alves Cruz ressalta que o “mergulho de Paulina é no corpo feminino. Especificamente o corpo feminino negro em um mundo colonial feito por brancos, ainda que em solo de gente majoritariamente negra. Em ‘O alegre canto da perdiz'(2008) é esse corpo negro solto nas mãos da afirmação da masculinidade negra e da branca o centro da cena. A mercantilização sistemática da mulher negra por gerações é toda a questão desse livro tão impactante, que foi logo seguido pelo ‘As andorinhas‘(2009), uma fábula sobre a guerra e o poder.”

Outras obras de Paulina são “O setimo juramento“, “Ventos de apocalipse” e “Ngoma Yethu – O Curandeiro e o Novo Testamento”.

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