Analistas de diferentes bancos e corretoras acreditam na desvalorização das ações da Taesa (TAEE11) no curto prazo.

Dados compilados pela Refinitiv mostram que de onze recomendações formais, três aconselham o investidor a ficar longe das ações da companhia de energia e oito recomendam a venda

J.P. Morgan, Eleven, BTG Pactual, Credit Suisse são alguns dos nomes que acreditam na  depreciação do negócio.

As informações são da Exame, que teve acesso aos dados da Refinitiv.

Incertezas sobre o futuro

Na análise de Guilherme Tiglia, analista responsável pela carteira Nord Dividendos, diversos fatores contribuem para as incertezas sobre o futuro da companhia.

Ele aponta para uma visibilidade de queda de -50% da Receita Anual Permitida (RAP) da Taesa devido a questões contratuais que foram definidas no passado.

Outro ponto negativo é a maior indexação dos resultados da companhia ao IGP-M (que subiu muito em períodos de pandemia), logo, foi um resultado que subiu conforme o aumento do índice, mas que não deve ocorrer da mesma forma daqui em diante. 

Adicionalmente, acreditamos que o custo da dívida também pode ser um ponto de preocupação entre os investidores.

Aumento no aluguel de ações

 O aumento no aluguel de ações também sugere que mais investidores estão apostando na queda de Taesa.

Na bolsa, as posições vendidas superam R$ 1 bilhão, segundo dados da B3.

O volume das ações da Taesa em aluguel – operação conhecida como venda a descoberto – também está entre os 20 maiores do Ibovespa.

Embora a empresa negocie em linha com a média histórica olhando para P/E e EV/EBITDA (7,0x para P/E e 9,0X para EV/EBITDA), ou seja, as ações não estão caras, nosso analista comenta que outras empresas estão oferecendo melhor relação risco-retorno no momento.

Leilões de transmissão

Para piorar, os dois últimos leilões de transmissão de energia arrematados pela Taesa não foram tão animadores assim.

“Os leilões de transmissão são um grande driver de resultado para essas companhias. Os lotes de dezembro/2021 e julho/2022 não ofereceram perspectivas de crescimento robustas”, disse.

“A aversão à perda, somada à possibilidade de uma distribuição de dividendos menor, acaba influenciando na tomada de decisões dos investidores”, conclui o analista.

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