Caro Investidor, 

É certo que você acorda e vai dormir de olho no preço do petróleo se você investe em commodities ou em qualquer outra modalidade, pois se preocupa até quem não investe, imagina você. Se tem dormido mal com o impacto que a guerra sem fim no Oriente Médio tem causado, não só pelo lado humanitário, mas no mercado, bem-vindo ao time!

Na última segunda-feira (28) a commodity levou um tombo com a resposta do Irã a Israel, no sábado (26)  após o bombardeio de mísseis iranianos em 1º de outubro. Apesar do conflito ter se intensificado, houve um certo alívio global em relação ao foco dos ataques. A preocupação do “mercado” era com uma possível retaliação às instalações petrolíferas e nucleares do Irã. No entanto, com a mão do Tio Sam, Israel evitou atacar esses locais, mirando em alvos militares. Tudo isso para dizer que o preço do petróleo começou a semana em queda.

“Muita coisa está no preço”, diz CEO da iHub Investimentos

De acordo com o CEO da iHUb Investimentos, Paulo Cunha, mesmo com o conflito, “muita coisa já está no preço, até teve uma alta do petróleo no dia do ataque, mas não focou nas usinas, nas refinarias de petróleo, em nenhum tipo de ativo envolvido na indústria do petróleo, que era grande receio do mercado, então o petróleo até retomou as forças”.

Cunha comenta que de um lado  tem a política mais restritiva  do FED que acaba ajudando o petróleo a perder pouco de força, para baixar a inflação; e do outro lado, tem essa questão, tanto das eleições norte-americanas mas como também da guerra no Oriente Médio que está pressionando os preços para cima.  

“O petróleo ele tem andado pouco de lado, tanto com as próprias ações de petróleo,como a Petrobras (PETR4), justamente porque essas forças pouco contrárias estão atuando cada uma dos seus lados e aí não está deixando o ativo pegar uma direção única. Fiica ali meio que estacionado perto desses 70 dólares, sem tomar uma direção muito clara”, afirma Cunha.

Na visão do CEO,  se  houver mudanças ou se a guerra escalar, e que isso comece a atacar realmente ativos mais ligados ao petróleo, “ aí sim poderemos  ver uma alta bem forte, bem expressiva do preço, e isso pode ajudar as ações da Petrobras”.

O impacto

O petróleo é um ativo valioso no mercado de investimentos, pois influencia várias indústrias, como a automobilística e a de serviços. No entanto, o preço do petróleo é volátil e pode ser afetado por diversos fatores, como é o caso de hoje, com a guerra.

Inflação

O petróleo é a principal fonte de energia do mundo e matéria-prima para vários bens industriais. Quando o preço do petróleo aumenta, os preços de outros produtos também aumentam, o que pode levar a um aumento da inflação. 

Ações

O aumento do preço do petróleo pode impactar as ações de empresas do setor petrolífero e de outras áreas da bolsa de valores. 

Risco fiscal

A redução de impostos pode não ser suficiente para compensar os ganhos de curto prazo. O governo pode precisar aumentar outros impostos ou compensar a perda de arrecadação no tributo incidente sobre combustíveis. 

Patrimônio

Em momentos de crise, os investidores podem proteger o patrimônio diversificando o portfólio. 

A utilidade da commodity

Hoje o petróleo é uma das matérias-primas mais importantes do planeta. É  fonte de energia e seus derivados são transformados em plástico, borracha sintética, tintas, corantes, adesivos, solventes, detergentes, explosivos, produtos farmacêuticos e de cosmética, entre outras muitas aplicações.

E mais 

  • É uma commodity essencial para o desenvolvimento econômico mundial 
  • Tem ampla infraestrutura logística e está disponível em todo o mundo 
  • No entanto, o petróleo é um recurso não renovável e altamente poluente, o que implica graves problemas ambientais. 
  • As reservas de petróleo comprovadas devem durar pelo menos mais 50 anos. No entanto, os preços internacionais do petróleo variam de modo inversamente proporcional às estimativas destas reservas comprovadas. 

Fôlego!

Como citado anteriormente, o preço do petróleo começou a semana em queda, desvalorizando 6%. Mas logo ganhou fôlego, dando alívio ao mercado no decorrer da semana. Como não houve ataque em áreas petrolíferas na resposta do Irã a Israel no fim de semana, esse desfecho provocou  uma recuperação de mais de 1% no índice Brent, elevando o preço do barril para cerca de US$72.

Segundo informações do site Notícias Agrícolas, do lado da demanda, os Estados Unidos anunciaram a aquisição de 3 milhões de barris para a sua reserva estratégica, o que sugere uma tentativa de estabilizar o mercado. Já a chinesa permanece incerta. Apesar dos incentivos fiscais promovidos pelo governo chinês, ainda não há sinais de uma retomada econômica em grande escala  por lá.

 “Setores cruciais, como as indústrias e o mercado imobiliário, continuam afetando os indicadores chineses, resultando em uma demanda mais baixa por petróleo e derivados,” disse Isabela Garcia, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, ao site. Além disso, ela destacou o crescimento da frota de veículos elétricos e movidos a GNL (Gás Natural Liquefeito),  que acaba influenciando a competitividade energética e reduzindo a pressão sobre a demanda de petróleo.

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