A falta de oportunidade ainda é um dos principais motivos para não haver mais mulheres ocupando lugares nos conselhos de empresas no Brasil. É o que revela os dados recentes da pesquisa do Women Corporate Directors (WCD), em parceria com a Korn Ferry.
Para as entrevistadas, a colaboração e a confiança são competências essenciais, mas a falta de networking e de oportunidades aumentam a distância entre elas e a posição como conselheiras.
O networking se destaca como prática fundamental para chegar aos conselhos, de acordo com 83% das mulheres participantes do levantamento. Mas apenas 43% delas afirmam que o fazem com frequência e intencionalmente.
Por isso, ele é considerado o segundo maior obstáculo para as mulheres, já que em primeiro lugar aparece a demora na conquista da primeira oportunidade, de acordo com 52% das entrevistadas.
As profissionais relacionam essa demora ao monopólio dos homens que, na maioria das vezes, indicam outro profissional masculino para posições em aberto. Neste cenário, o que prevalece é a indicação e não a experiência que uma colaboradora pode oferecer.
Apesar dos obstáculos, a pesquisa aponta a possibilidade de participar de transformações organizacionais que as orgulhariam como uma das principais motivações para as profissionais seguirem buscando suas posições nos conselhos.
Na tentativa de ilustrar um perfil, o estudo identificou que não existe fórmula pronta para chegar à posição de conselheira. Apesar de 85% das entrevistadas ocuparem uma posição de C-Level previamente, somente 12% tinham como plano de carreira virar conselheira.
E, a maior parte delas, só vislumbrou essa possibilidade após assumirem uma colocação de C-Level. Porém, a maioria (48%) afirma que o diferencial mais relevante para a conquista foi a soma de sua experiência e competências.
Quando perguntadas sobre os atributos chave para serem conselheiras de excelência, destacam:
- A construção da confiança, demonstrando coerência entre palavras e ações;
- A promoção da colaboração com os stakeholders;
- E a criação de um ambiente onde as diferenças são valorizadas.
No quesito competências, o valor mais priorizado por 78% delas é a colaboração, seguido pela inovação, enquanto somente 2% destacam a competição.
Apesar de acreditarem e incentivarem a diversidade nos espaços corporativos, muitas ainda enfrentam dificuldades em lidar proativamente com situações de conflito. O medo de que suas contribuições não sejam reconhecidas ou tenham impacto positivo para as empresas é um dos principais receios, com 21% delas considerando desistir de suas posições caso percebam desrespeito às suas contribuições.
Como resposta aos desafios enfrentados, as conselheiras acreditam que o caminho para ajudar outras mulheres é por meio de indicações e relacionamentos. Construir uma rede de contatos bem como uma carreira sólida e unir ao desenvolvimento da autoconfiança para alcançar uma posição em conselho são as principais iniciativas para mudar o cenário.
(Com informações Meio e Mensagem)