Os analistas do BB Investimentos cantaram uma pedra no relatório das ações mensais para setembro sinalizando a chance de queda no ímpeto da Bolsa. Segundo eles, o ciclo de alta iniciado na segunda quinzena de junho consolidou um retorno do Ibovespa de aproximadamente 14% em pouco mais de dois meses.

Assim, na visão deles, é natural que “os investidores considerem como prioridade realizar parte desses lucros, partindo da premissa de que possa haver um esgotamento do ímpeto da bolsa nas próximas semanas. Esse não é nosso cenário base”. 

Conforme a análise do BB, o último quadrimestre reúne condições para que o Ibovespa siga sua trajetória de alta, amparado pela conjuntura externa que tem permitido a migração de capital para os emergentes, bem como pelos fundamentos das empresas, que sustentam um cenário otimista. 

Uma visão mais construtiva

Fatores que convergem com uma visão mais construtiva para a recuperação do mercado acionário no Brasil:

  • percepção de desconto ampliada pela recente desvalorização cambial,
  • visão de que os valuations, nesse contexto, tornam-se mais atrativos, 
  • o processo de revisão de lucros das companhias, que seguiu positivo ao término da temporada de resultados do 2T24, 
  • uma percepção de recuo gradual do custo de capital e 
  •  aumento das expectativas sobre a proximidade do início do ciclo de corte de juros nos EUA.

 “Para os dois primeiros casos, é importante frisar que o fechamento de agosto implicou em um retorno acumulado de pouco mais de 1% em 2024. A recomposição de preços não implicou necessariamente em uma melhoria considerável na precificação por múltiplos. O Ibovespa segue negociado a uma relação preço-lucro (P/L) próxima de 8x sem ajuste, contra uma média histórica de 10,8x. Para retomar aos patamares históricos, tudo o mais constante, ainda haveria um caminho de pouco mais de 20% a percorrer, longe de denotar um esgotamento do movimento”, afirmam os analistas.

Carteira para seguir o ímpeto da bolsa

A seleção do BB continua privilegiando a tese de qualidade, com nomes de alto retorno ao acionista, forte geração de caixa e baixa volatilidade relativa. “Para a carteira fundamentalista, incluímos a B3 (B3SA3), por acreditarmos que o aumento de volumes recomponha as estimativas de resultado para a companhia. Para esse novo ciclo, propusemos algumas alterações nas carteiras Dividendos e ESG.”

Na carteira de dividendos, os analistas trocaram uma posição predominantemente defensiva reduzindo a exposição do segmento de utilities, e agregando nomes com um maior potencial de retorno dentro da estratégia. Na ESG, o ranking foi atualizado com base na última temporada de resultados. 

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