É bastante preocupante que estamos vendo, tanto o PIB dos EUA quanto a lucratividade das empresas no primeiro trimestre diminuírem, enquanto as pressões inflacionárias não parecem reduzir no mesmo ritmo.

Dado o tom positivo geral da temporada de balanços do primeiro trimestre, esses números permanecem na categoria de más notícias são boas notícias, ainda que marginalmente neste ponto.

Uma maior deterioração das condições econômicas será certamente um problema para as ações à medida que nos aproximamos perigosamente de um cenário de estagflação.

Embora isso coloque mais pressão sobre o Federal Reserve (FED, banco central dos EUA) para começar a reconsiderar as condições financeiras para o segundo semestre, o mercado de títulos parece ter respondido com ceticismo aos números. Isso sugere que os investidores ainda estão precificando um ambiente difícil para o FED no futuro.

Expectativas para a próxima reunião

Será interessante ver como o FOMC irá abordar a atividade econômica mais lenta do que o esperado em sua próxima reunião em junho. Embora não prevemos mudanças no quadro geral, isso se encaixa perfeitamente na posição mais “dovish” do presidente do Fed, Jerome Powell, de antes.

A segunda prévia do PIB dos EUA do primeiro trimestre foi divulgada nesta quinta-feira (30), com mercados fechados no Brasil devido ao feriado de Corpus Christi. O número veio 1,3% de crescimento em relação ao mesmo período do ano passado, abaixo da primeira leitura e menor do que a previsão do mercado, ambas de 1,6%. Os dois dados indicam uma forte desaceleração em relação à alta de 3,4% registrada no 4º trimestre de 2023 ante o mesmo período de 2022.

Também foram divulgados os números de inflação no primeiro trimestre do medidor favorito do Fed, o PCE. O núcleo de preços, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, apresentou alta de 3,6% no primeiro trimestre, abaixo da primeira leitura, em 3,7%, mas acima dos 2% do trimestre anterior. Já os preços do PCE – o índice cheio – subiram 3,3%, ante primeira leitura de 3,4%, e 1,8% no trimestre anterior.

Por Thomas Monteiro, estrategista-chefe do Investing.com

(Enviado por Imprensa Investing.com)

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