Contrariando as expectativas do mercado, economia norte-americana para quarto trimestre, o resultado do PIB, o Produto Interno Bruto, de ficou em 3,3%. A estimativa era um crescimento em torno dos 2%. O índice foi divulgado foi nesta quinta-feira (25).
Dessa forma, com o número acima do esperado, mas considerado positivo, ele reforça a narrativa de um pouso suave, o que afasta o clima de um cenário de recessão.
“Embora já esperássemos uma economia resiliente no 4º trimestre, com base em números como vendas no varejo e emprego, o avanço anualizado de 3,3% foi uma grande surpresa positiva, acima do consenso de 2%. Na verdade, o resultado precisa ser visto da perspectiva de que estamos partindo de uma base forte, no 4T23, o que torna esta leitura ainda mais sólida”, segundo Thomas Monteiro do Investing.com.
PIB reflete a batalha contra inflação
Segundo Monteiro, para o mercado, encerra a possibilidade de cortes de taxa de juros em março nos EUA. “Não há absolutamente nenhuma necessidade de o Federal Reserve (FED) apressar os cortes de juros agora. Não ficaria surpreso se o mercado começar a questionar a necessidade de cortes de taxa em maio também.”
Sobre isso, Ashwin Alankar, gestor da Janus Henderson Investors, diz que contanto que o FED não corte as taxas muito ansiosamente e injete liquidez no sistema, “uma segunda onda de inflação está contida e o FED terá normalizado com sucesso os preços e evitado sufocar a economia. Uma política mais apertada e por mais tempo é ironicamente o que devemos comemorar, caso contrário, essa segunda onda pode nos atingir.”
Para ele, o resultado confirma as sequências de dados anteriores que apoiam uma “tese bem-sucedida de pouso suave na batalha do FED contra a inflação”.
Além disso, os números refletem a desinflação e ecoam a força do consumidor americano, uma surpresa para muitos, reforça Alankar. “Mas provavelmente o resultado de que a sensibilidade do consumidor a taxas mais altas (principalmente através de hipotecas) é atenuada, pois os consumidores garantiram taxas de financiamento recordes durante a pandemia e têm pouca exposição a taxas flutuantes”.
Contundo, para Thomas Monteiro, do ponto de vista fundamentalista, “esse tipo de crescimento do PIB apresenta riscos sólidos para os consumidores americanos, pois mostram que o dinheiro ainda está fluindo em níveis muito aquecidos em toda a economia”.