No primeiro trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) da China registrou um crescimento anual de 5,3%, superando as expectativas do mercado. Essa taxa de crescimento superou tanto a marca de 5,2% do trimestre anterior quanto a expectativa de 5,0% dos economistas consultados pelo “The Wall Street Journal”.

Os dados indicam um início sólido para a segunda maior economia do mundo neste ano. Em termos trimestrais, o PIB chinês cresceu 1,6% nos primeiros três meses de 2024, acelerando em comparação com o ganho trimestral de 1,0% observado no último trimestre de 2023, conforme relatado pelo Escritório Nacional de Estatísticas.

Para o economista Volnei Eyng, CEO da Multiplike, o crescimento foi bom, mas não chega a surpreender porque o país asiático já reporta números bem acima das demais nações. “Trata-se de uma economia grande e cada vez mais diversificada e qualquer escalada de crescimento da China acaba puxando o Brasil junto, principalmente porque o país asiático é o principal parceiro comercial do Brasil”, diz.

“A relação comercial entre os dois países se pauta nas commodities, com o Brasil fornecendo minério de ferro, soja e milho. Além disso, a China crescendo é sinônimo de estabilidade, dada sua imensa população, e isso deixa o resto do mundo tranquilizado”, destaca. O país de Xi Jinping tem 1,2 bilhão de habitantes.

Por volta das 9h desta terça-feira (16) a ação VALE3, da mineradora Vale, subia 0,58%, cotada a R$ 61,99, impulsionada pelo desempenho da economia chinesa. O minério de ferro, por sua vez, recuava 1,49% em Dalian (China).

 

Petróleo

Fabio Murad, sócio da Ipê Investimentos, lembra que o Brasil também revende à China Petróleo e isso justifica a alta reportada na ação da Petrobras. O papel PETR4 subia 0,95%, cotado a R$ 39,31. “A economia chinesa está se recuperando mais rápido do que o previsto, o que é uma boa notícia para a economia global, já que o país é um dos principais motores de crescimento do mundo”, frisa.

Entretanto, elenca que o Brasil tem um alto grau de dependência econômica da China. “O mundo também tem um alto grau de dependência da China. A China é a segunda maior economia do mundo e um importante motor de crescimento global. Além disso, muitos países dependem da China como um mercado para suas exportações e como uma fonte de investimento”, aponta.

Ele explica que o crescimento da China influencia a economia brasileira de várias maneiras. “Primeiro, o aumento da demanda chinesa por commodities brasileiras pode impulsionar as exportações. Segundo, o crescimento chinês pode aumentar o investimento direto estrangeiro no Brasil, o que pode impulsionar o crescimento econômico. Por fim, a recuperação econômica da China pode ajudar a melhorar o sentimento do mercado global, o que pode beneficiar o Brasil, dado que somos um país emergente”, ressalta.

 

Performance

André Colares, CEO da Smart House Investments, destaca que o crescimento reportado pela China é notável, uma vez que ultrapassa a meta anual do país de 5%, demonstrando a resiliência da economia chinesa em face dos desafios globais. “Globalmente, a dependência da China é profunda, dada sua posição como líder na manufatura mundial e seu papel como consumidor de recursos e produtos. Sua influência nas cadeias de suprimentos, nos mercados de commodities e nas políticas econômicas é substancial, afetando as economias ao redor do mundo”, diz.

“O forte crescimento econômico da China pode beneficiar o Brasil ao aumentar a demanda por suas exportações, elevando potencialmente os preços das commodities e melhorando a balança comercial. Essa dinâmica pode impulsionar o crescimento econômico do Brasil, especialmente em setores diretamente ligados ao comércio com a China”, indica.

Para o executivo, essas interconexões ressaltam a importância da relação sino-brasileira não apenas em termos comerciais, mas também como um fator influente na estabilidade e no crescimento econômico do Brasil. “O desempenho sólido da economia chinesa reforça a necessidade de manter e fortalecer essa parceria estratégica para o benefício mútuo de ambas as nações.”

 

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