Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro fechou em alta de 1,55% (US$1,27), a US$ 82,82 o barril, enquanto o Brent para outubro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), registrou ganho de 1,29% (US$1,10), a US$ 86,24 o barril. Na semana, o WTI subiu 2,77%, e o Brent, 2,16%.
As atenções se voltaram para a videoconferência do Comitê de Monitoramento Ministerial Conjunto (JMMC, na sigla em inglês) da Opep+ que, embora não tenha rendido novas recomendações, reafirmou o acordo já existente para conter a produção de petróleo do grupo. Outro fator que reforçou perspectivas de aperto na oferta foi o a notícia do Wall Street Journal de que a Ucrânia atingiu com drones um dos maiores portos da Rússia no Mar Negro, interrompendo embarques de grãos e petróleo.
Também no radar, o vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexei Novak, afirmou que a demanda global de petróleo deverá crescer 2,4 milhões de barris por dia neste ano, de acordo com a Reuters – um dia depois de a autoridade ter anunciado novos cortes na produção russa.
A commodity se beneficiou da publicação do relatório de emprego dos EUA, conhecido como payroll, que, apesar de dados mistos, reforçou um pouco a probabilidade de o Fed decidir manter suas taxas de juros inalteradas na reunião de setembro. O movimento injetou ânimo nos mercados de ativos de risco – como o petróleo -, ao mesmo tempo em que fez o dólar se desvalorizar, tornando o WTI e o Brent mais baratos para investidores que operam outras divisas.
Analista da Oanda, Edward Moya comentou, em nota, que o petróleo ronda máximas em três meses e começa a atrair mais compradores. Segundo ele, o rali nos preços pode continuar caso a economia dos EUA permaneça resiliente e se os dados da China da semana que vem confirmarem que “parte da demanda global está crescendo”.
A Capital Economics tem a mesma percepção: “acreditamos que a leitura de inflação dos EUA, na quinta-feira, vai continuar a dar evidências de que a inflação está caindo acentuadamente, e sugerir que o Fed poderá conseguir um pouso suave, o que poder apoiar os preços de commodities”, comentou a consultoria, em relatório. “No início da semana, os números de comércio da China vão revelar se a recuperação na demanda por petróleo ainda tem fôlego”, acrescentou.