A recente situação da Petrobras (ações PETR3 e PETR4) tem gerado discussões acaloradas no mercado, dado o cenário desafiador que a empresa enfrenta. Na última quarta-feira (29), o Conselho de Administração se reuniu para deliberar sobre a estratégia de preços, considerando que a companhia está comercializando combustíveis abaixo do Preço de Paridade Internacional (PPI). Essa prática se torna ainda mais complexa em um contexto onde especialistas em petróleo projetam que a produção global aumentará em 2024, pressionando os preços do barril para baixo.
Perspectivas para o preço do petróleo
Conforme aponta Adriano Pires, sócio-fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o preço do petróleo pode cair para a casa dos US$ 64 neste ano. As cotações atuais mostram o barril WTI em US$ 72,39 e o Brent em US$ 75,33. A expectativa de preços mais baixos reflete uma diminuição das tensões geopolíticas, especialmente no Oriente Médio, além de um cenário já estabelecido em relação ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
Impacto da política de preços nos dividendos
O preço do petróleo em queda deve impactar diretamente os lucros e os dividendos da Petrobras. Em 2022, a estatal distribuiu US$ 37,7 bilhões em dividendos, um valor que despencou para US$ 19,6 bilhões em 2023, representando uma redução de cerca de 48%. Para 2025, os analistas já precificam um rendimento em dividendos entre 13% e 16%, dependendo dos resultados alcançados pela companhia.
Revisão nas expectativas do mercado para a Petrobras (PETR4)
A governança corporativa e a política de preços da Petrobras continuam sendo pontos de tensão. A defasagem atual nos preços dos combustíveis – com o diesel 14% abaixo e a gasolina 6% abaixo do PPI – exige atenção. A CEO da Petrobras, Magda Chambriard, mesmo não participando da última reunião do Conselho, fez declarações que indicam a necessidade de ajustes nos preços, especialmente do diesel.
O que dizem os analistas?
As opiniões dos analistas sobre a Petrobras variam. Enquanto o Bank of America tem uma recomendação de compra e um preço-alvo de US$ 16,50 para suas ADRs, Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, adota uma postura mais cautelosa, apontando a governança da empresa como um risco. O preço-alvo da Ativa para a PETR4 é de R$ 44, indicando uma alta potencial de 19,24% em relação ao fechamento reciente de R$ 36,90.
Conclusão
O cenário atual sugere que as ações da Petrobras não apenas estão vulneráveis à volatilidade do preço do petróleo, mas também sob considerações de sua política de preços e governança. Com dividendos previstos para continuar em níveis satisfatórios, especialmente com a previsão de retorno à faixa de 13% a 16%, a companhia poderia ainda se manter atrativa para investidores focados em renda variável.
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