Considerando o cenário de pandemia, a Petrobras atuou de forma bastante consistente no período. Sua produção de Óleo e Gás no Brasil cresceu 9,0% nos primeiros nove meses do ano, comparados a 2019. Ainda, a produção de pré-sal cresceu 32%, enquanto nas demais áreas como pós-sal, águas rasas e terrestres retraíram.

A maior produção não gerou maior estoque, visto que a companhia tem se empenhado para integrar produção, refino, logística e comercialização.

No 3T20, a produção de óleo nos campos do pré-sal foi 8,1% superior ao trimestre anterior, em função principalmente do crescimento de eficiência operacional das plataformas do Campo de Búzios, do atingimento da capacidade de produção da P-67, no Campo de Tupi, e do ramp-up da P-70, localizada no Campo de Atapu.

A produção de óleo nos campos terrestres somou 101 Mbpd no 3T20, uma redução de 7 Mbpd em relação ao trimestre anterior. Essa redução é decorrente principalmente da venda de ativos; da redução das atividades de intervenção em poços devido à pandemia da COVID-19, e do declínio natural da produção.

No 3T20 as vendas de refino aumentaram em 17,6% em relação ao 2T20, ocasionando um aumento de produção de derivados em 17,8% e elevando o patamar do fator de utilização do parque de refino para 83%. Destacamos os aumentos de produção de gasolina, com alta de 33,1%, e diesel, com alta de 22,3%. A produção do QAV subiu 95% em relação ao 2T20, mas continua em patamares inferiores aos níveis pré-COVID.

As vendas de diesel foram 18,4% superiores ao trimestre anterior, com destaque para o recorde nas vendas de diesel S-10 em setembro; com a comercialização de 400 Mpbd, superando em 7,3% o recorde anterior de 361 Mbpd registrado em julho.

O volume de vendas e produção de gasolina subiu 32,7% e 33,1%, respectivamente, no 3T20 em relação ao 2T20, em função da flexibilização das restrições à mobilidade impostas pela COVID-19.

A produção de óleo combustível subiu 2,1% no 3T20 quando comparado ao 2T20. A produção de bunker tem apresentado crescimentos sucessivos devido à captura de oportunidades no mercado externo, oriundas das novas especificações de qualidade de bunker pela IMO 2020.

Impacto: Positivo. Mesmo diante do cenário adverso à companhia, a Petrobras conseguiu performar bem, com crescimento dos volumes de produção e vendas sem que tivesse de aumentar seu estoque, já que vem integrando a produção, refino, logística e comercialização.

PLANNER: PETROBRAS (PETR4) – Crescimento de produção e vendas no 3T20

A empresa divulgou seu Relatório de Produção e Vendas do 3T20 apresentando bons números, com uma completa recuperação da crise dada pela pandemia de COVID-19. Estes dados são uma indicação positiva para os resultados da Petrobras no 3T20, que serão divulgados no dia 28/outubro após o fechamento do pregão. A recuperação nas vendas da Petrobras também indica bons resultados para as distribuidoras de combustíveis (BR Distribuidora, Raízen e Ipiranga).

No 3T20, o volume total produzido teve aumentos de 5,4% em relação ao trimestre anterior e 2,6% em comparado ao 3T19. As razões para este crescimento foram a maior eficiência operacional das plataformas instaladas no Campo de Búzios; o aumento da produção no Campo de Atapu (iniciou a produção em junho/20) e a normalização da operação nas plataformas que haviam sido paralisadas no 2T20.

O destaque no 3T20 continuou sendo a exploração no pré-sal, onde o volume cresceu 20,8% em relação ao 3T19 (+8,1% – 2T20). Isso foi consequência dos crescimentos da produção nos campos de Búzios, Tupi e Atapu.

No refino, o volume total produzido no 3T20 ficou 17,6% acima do trimestre anterior (+6,6% que no 3T19). O fator médio de utilização das refinarias no trimestre atingiu 83%, melhor que trimestre anterior (70%) e no 3T20, quando este número foi de 80%. Esta melhoria foi decorrente da recuperação das vendas.

Após a forte retração das vendas de combustíveis, decorrente das medidas de distanciamento social, estas voltaram a subir no 3T20. O volume total vendido teve um incremento de 9,8% em relação ao 2T20 e 2,6% no comparativo com o mesmo trimestre de 2019.

O grande destaque nos volumes vendidos por produto foi a elevação, em relação ao 3T19, da nafta, com alta de 62,5%, indicando a volta das vendas para a Braskem. Importante ainda a recuperação das vendas de diesel (+18,3%) e gasolina (+32,6%, na comparação com o 2T20, devido ao relaxamento do distanciamento social. Interessante notar a regularidade do crescimento das vendas de GLP, que aumentaram 2,5% em relação ao trimestre anterior e 2,5% comparado ao 3T19, o que é uma indicação positiva para as vendas da Ultragaz (Ipiranga).

As exportações também cresceram forte no 3T20, com o volume líquido das vendas ao exterior atingindo 791 mil barris/dia no 3T20; com aumento de 68,7% em relação ao 3T19.

Nossa recomendação para PETR4 é de Compra com Preço Justo de R$ 26,00 (potencial de alta em 26%). Em 2020, esta ação caiu 33,1%, bem mais que o Ibovespa, cuja desvalorização no período foi de 13,1%. A cotação de PETR4 no último pregão (R$ 20,18) estava 35,4% abaixo da máxima alcançada neste ano e 86,0% acima da mínima.

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