A empresa divulgou na noite de ontem seus resultados do 4T19, que apresentaram redução nas vendas, na receita e uma grande queda do lucro líquido. Porém, foram obtidos aumentos de margem operacional já em consequência da melhor gestão comercial. A redução do lucro ocorreu pelo aumento das despesas operacionais e menores recebimentos da Eletrobras.

A Petrobras Distribuidora lucrou R$ 96 milhões (R$ 1,15 por ação) no 4T19, valor 92,8% menor que no trimestre anterior e 94,0% abaixo do mesmo período de 2018.

No 4T19, o volume total vendido pela BR Distribuidora, sempre comparando ao 4T18, caiu 4,6%. Esta queda ocorreu pelas menores vendas de diesel (6,9%), combustíveis do ciclo Otto (gasolina, GNV e etanol), que caíram 1,2% e de aviação (-2,5%). O único crescimento de vendas ocorreu em óleo combustível (+19,9%). Entre os segmentos da empresa, as vendas caíram na Rede de Postos (2,2%), Grandes consumidores (12,2%), Aviação (4,1%) e nos Mercados Especiais (0,7%).

No 4T19, as despesas operacionais foram de R$ 1.618 milhões, 38,3% maiores que no 4T18; principalmente devido aos gastos com o Plano de Transformação Organizacional, com custo de R$ 570 milhões. A redução de 1.046 empregados deve resultar em ganhos de R$ 650 milhões ao ano, que serão capturados ao longo de 2020.

O EBITDA por metro cúbico vendido, na comparação com o 4T18, apresentou uma elevação de 54,5% (em relação ao trimestre anterior o aumento foi de 30,4%). Isto ocorreu pelos ganhos com as importações de combustíveis e a reavaliações de estoque, devido ao aumento dos preços no ciclo Otto.

Foi fundamental para a redução do lucro no trimestre a queda do resultado financeiro, que no 4T19 foi negativo em R$ 68 milhões; contra um número positivo de R$ 1,8 bilhão no mesmo período de 2018. No 4T18, a empresa foi beneficiada pelo recebimento de parcelas da dívida da Eletrobras (R$ 1,6 bilhão) e um acordo sobre cobrança de ICMS no Estado do Mato Grosso (R$ 645 milhões). No 3T19, a Petrobras Distribuidora também obteve ganhos pela contabilização de R$ 1.446 milhões como receita financeira; decorrente do pagamento antecipado de parte das dívidas da Eletrobras.

Ao final do 4T19, a dívida líquida da BR Distribuidora era de R$ 4,4 bilhões, valor 91,0% maior que no trimestre anterior e 87,3% acima do 4T18. A relação dívida líquida/EBITDA do 4T19 foi de 1,4x, vindo de 0,9x no trimestre anterior e 0,8x no 4T18. O forte aumento do endividamento foi consequência, principalmente, do elevado pagamento de dividendos (R$ 3,1 bilhões) ocorrido em 2019.

Nossa recomendação para BRDT3 é de Compra com Preço Justo de R$ 36,50/ação (potencial de alta em 61%).

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