O Nubank anunciou que quer expandir seu mercado para clientes de alta renda e para isso pretende diversificar seu leque de opções. O banco com mais de 80 milhões de clientes na América Latina ainda tem dificuldade de se colocar entre o público de elite. Na busca de novos públicos, o Nu pretende oferecer crédito imobiliário e serviços além dos tradicionais, nas palavras do CEO David Vélez, se tornar uma “plataforma de dinheiro”.

Explorar novos mercados

A estratégia para entrar nesse mundo, segundo Vélez, da renda alta é por meio do crédito imobiliário. “É algo que a gente adoraria conseguir fazer. É um produto mais complexo, envolve processos que a gente ainda não desenvolveu, mas vamos olhar com carinho”, disse Cristina Junqueira, cofundadora da marca, a jornalistas em um evento da empresa na última quinta-feira (18).

A busca por um público mais elitizado é feita pelos grandes bancos também, essa procura se justifica, de acordo com o site Seu Dinheiro, porque “esse tipo de cliente premium é mais resistente a crises e possui taxas de inadimplência menores, o que, na atual conjuntura, tem se mostrado um ativo valioso”. Essa procura pelo público de elite não é de hoje, há dois anos a empresa oferece o cartão Ultravioleta, focado para esse segmento. “O Ultravioleta é importante, mas estamos trabalhando em uma proposta de valor mais holística”, explica Cristina.

Inadimplência

Também não é de hoje que a inadimplência é um problema para o mercado, como diz o texto da Bloomberg Línea, pois ela vem crescendo desde 2021. Apesar do Nubank ter uma taxa de devedores quase na metade da média do mercado, ela preocupa. Segundo Vélez, “se quebrarmos isso por segmentos, na baixa renda temos inadimplência 50% menor que o mercado. Essa vantagem cai à medida que a renda vai aumentando. Porque a vantagem que temos em termos de dados e infraestrutura, fica menor em segmentos de mais alta renda.”

Isso não quer dizer que a empresa esteja mal, na realidade muito pelo contrário, 46% da população adulta no Brasil é cliente do Nubank. Com uma receita que quase dobrou no último ano (US$1,6 bilhões), o jovem banco (10 anos) tem planos de continuar crescendo pela América Latina, com presença forte no México e Colômbia.