Entre as 21,7 mil brasileiras consultadas pela Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, conduzida pelo Instituto DataSenado e o Observatório da Mulher contra a Violência, 30% admitiram ter enfrentado violência doméstica ou familiar. No entanto, alarmantes 60% dessas mulheres não buscaram as autoridades para registrar esses crimes.
O levantamento destaca a subnotificação desconhecida, indicando que muitas mulheres hesitam em nomear a violência que sofrem, mesmo quando confrontadas com exemplos durante entrevistas. A pesquisa também revelou que 29% das mulheres que inicialmente negaram terem sido vítimas reconheceram-se como tal após receberem explicações detalhadas sobre os diversos tipos de violência.
O estudo inaugura o Mapa Nacional da Violência de Gênero, uma plataforma online que visa mapear e atualizar constantemente dados sobre violência contra mulheres. Desenvolvido com o apoio do Instituto Avon e da organização Gênero e Número, o site oferece uma série histórica da pesquisa, recortes regionais e étnico-raciais.
Os resultados do mapa foram apresentados em um evento no Senado Federal, em 22 de novembro, e contou com a participação do ministro da Justiça, Flávio Dino, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e a procuradora da Mulher do Senado, senadora Zenaide Maia.
“O lançamento desta plataforma interativa é importante para pautarmos políticas públicas e ações focadas no enfrentamento das violências contra mulheres e meninas”, destaca Daniela Grelin, diretora-executiva do Instituto Avon.
O mapa revela que, diante da violência, 60% das vítimas procuram ajuda da família, 45% recorrem à igreja e 42% conversam com amigos. Surpreendentemente, apenas 31% denunciam em delegacias comuns, enquanto 22% buscam as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher.
Beatriz Accioly, do Instituto Avon, destaca que a subnotificação pode ser atribuída ao medo de mais violência após o registro na delegacia, à descrença nas instituições e à falta de delegacias em muitas regiões.
O mapa também analisa a eficácia da Medida Protetiva de Urgência, revelando que, entre as que solicitaram o mecanismo, 48% viram o agressor descumprir a ordem.
Baixe a publicação completa em https://bit.ly/3NkMTIm
Com informações da Folha de S.Paulo
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