O Cenário Brasileiro da Diversidade e Inclusão é uma pesquisa fruto da parceria entre a revista VOCÊ RH com a consultoria Mais Diversidade. O estudo ouviu 293 empresas brasileiras de diferentes setores. O resultado completo foi compartilhado em reportagem da edição de dezembro/janeiro deste ano e revelou que 65% das companhias não têm uma estratégia bem definida para as ações relacionadas ao tema. No entanto, 97% delas afirmou manter um orçamento voltado à área em 2021.

Não ter uma estratégia bem definida relacionada à diversidade e inclusão entre seus funcionários significa que as empresas agem a partir de ações soltas, cuja eficácia pode ser mais difícil de medir. Nessa linha, o estudo mostrou que 71% das entrevistadas não têm ou estão construindo uma Política de Diversidade e Inclusão (D&I) e 26% adequaram suas práticas de Recursos Humanos (RH) a questões de diversidade. E cerca de 65% delas afirmam ter uma área ou algum tipo de estrutura que pauta o tema. Mas com apenas 25% dos profissionais envolvidos exclusivamente com ela.

A partir dos dados, foi possível elencar os melhores e os piores setores nesse assunto. Do primeiro grupo fazem parte: o farmacêutico, com o índice mais alto de comitês voltados exclusivamente à D&I; o financeiro, com o índice mais alto de áreas de diversidade estruturadas; e o da tecnologia, com o índice mais alto de número de grupos de afinidades formados. Nos piores estão educação e saúde. O primeiro com o índice mais baixo do setor voltado exclusivamente para diversidade; e o outro com o índice mais baixo de senioridade na área de D&I.

A pesquisa também revelou tendências para quem trabalha com diversidade ao perguntar qual é o maior desafio na visão das empresas ao trabalhar com D&I. Pouco mais de um terço (33%) disse ser racial. Pouco mais de um quarto (22%) apontou o grupo de pessoas com deficiência. Equidade de gênero e LGBT+ aparecem com 13%. Egressos do Sistema Prisional com 6%. Diversidade cultural com 5%. As gerações foram apontadas por 3%. Pessoas em situação de refúgio por 1%. Espiritualidade 1%. E outros 3%.

A matéria da VOCÊ RH em que foi retratada a pesquisa traz análises de especialistas, entrevistas com empresas e sugestões de práticas e caminhos que podem ser seguidos para que o assunto seja priorizado e os índices relacionados ao tema melhores, especialmente entre as empresas com 100% do capital. A reportagem mostrou que as multinacionais são as mais maduras para o tema e que 90% delas afirmam adaptar sua práticas ao cenário brasileiro.

Outra questão importante é o retrato de que 56% das companhias participantes do levantamento não realizou censo nos últimos três anos. E essa á apontada como uma ferramenta essencial para melhorar a diversidade no ambiente organizacional. O censo demonstra como os funcionários se identificam e indica quais populações precisam de mais representatividade. E por meio dele é possível entender como os diversos grupos interpretam as práticas de diversidade e as políticas corporativas. Por fim, com dados objetivos e numéricos fica mais fácil entender as transformações necessárias para a empresa e convencer seus líderes sobre isso.

Fonte: VOCÊ RH | Edição 71 | Dez/Jan 2021.

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