Apesar dos esforços de líderes empresariais em apoiar o avanço das mulheres ao investir em ações pautadas pela equidade, diversidade e inclusão, ainda assim a presença feminina em cargos de alto escalão continua baixa. Para entender quais os obstáculos que impedem o avanço da carreira delas, a YPO, em parceria com o Financial Times e a iniciativa HeForShe das Nações Unidas, ouviu mais de 2 mil executivas e executivos de 106 países, resultando na publicação A Global Imperative: Gender Equality in the C-Suite.

As descobertas revelam que, mesmo havendo uma percepção maior de que as organizações possuem mais diversidade de gênero do que cinco anos atrás, ainda há muito o que fazer para que haja um avanço efetivo. A mudança de mindset é um exemplo, já que para 57% das entrevistadas as questões culturais para seu gênero são o maior obstáculo para se tornar CEO.

Outra barreira é o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, segundo 40% das participantes. Reforçando essa realidade, 73% das entrevistadas relataram tirar uma licença ou adiar o avanço na carreira para atender às necessidades da família, enquanto apenas 42% dos entrevistados fizeram essa escolha. O preconceito inconsciente também foi citado por 11% das pessoas.

A pesquisa ainda reafirma que empresas lideradas por elas têm mais diversidade de gênero em seus conselhos, na alta administração e em suas organizações. As corporações comandadas por mulheres têm duas vezes a porcentagem de diretoras do que as lideradas por homens. Com relação à alta administração, os índices são 43% contra 26%, e na força de trabalho é de 48% contra 37%.

Além do mais, o levantamento apontou que os homens chegam a CEOs com a idade média de 33,6 anos, enquanto para elas a jornada é um mais lenta, ocupando o cargo com 35,4 anos. Quando chegam ao topo, as mulheres enfrentam desafios únicos como equilibrar respeito e simpatia (30%) e superar os preconceitos das outras pessoas a seu respeito (20%).

Como promover um clima de inclusão de gênero

Existem muitas maneiras para as empresas avançarem para trazer maior igualdade de gênero, de acordo com as pessoas ouvidas pela pesquisa.

Para criar um clima mais acolhedor para as mulheres, 24% disseram que acordos de trabalho flexíveis foram úteis para atingir esse objetivo. Outros fatores importantes são a colocação de executivas e representantes de outros grupos minorizados em cargos de liderança (mencionados por 14%) e o recrutamento de candidatos diversos (9%).

As políticas de recursos humanos também desempenham um papel importante. Quarenta e dois por cento das mulheres entrevistadas disseram que suas empresas oferecem análises de diferenças salariais de gênero voluntariamente, enquanto 35% dos homens entrevistados disseram o mesmo. A condução de treinamento sobre vieses inconscientes, mentorias para desenvolver a carreira das mulheres, o apoio à igualdade de remuneração e a comunicação da política de diversidade de gênero da empresa para toda a organização surgiram como estratégias-chave para iniciar o progresso. Para ler a pesquisa na íntegra, em inglês, acesse https://bit.ly/3Dg0f1K.

Com informações da YPO.

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