A cobrança por manter uma aparência padrão no ambiente profissional é um desconforto que as mulheres vivem diariamente. Cerca de 88% delas já se sentiram pressionadas no trabalho por não estarem com o peso considerado “ideal” pela sociedade. Esses dados fazem parte do estudo “Por trás da aparência: um estudo sobre mulheres e os desafios dos padrões estéticos no mercado de trabalho”, idealizado pela The Body Shop e aplicado pelo Instituto Plano de Menina.

No mundo corporativo, onde a imagem muitas vezes é valorizada tanto quanto as habilidades profissionais, as profissionais que não se enquadram nos padrões estéticos dominantes podem enfrentar discriminação e marginalização, principalmente quando se trata de peso.

“Eu estou começando achar que ser gorda é crime, com todas as pessoas que desenvolvo um pouco mais de intimidade, tenho que ouvir que preciso emagrecer por saúde, sendo que minha saúde é perfeita”, conta uma das entrevistadas.

Além da aparência, a pressão estética com o peso também foi um dos maiores vieses inconscientes apontados pela pesquisa nos processos de recrutamento e seleção. Segundo o estudo, no ambiente profissional ainda existe o estereótipo e preconceito de que pessoas gordas são desleixadas e deprimidas, e isso se reflete na percepção e validação do trabalho delas.

Empresas não estão preparadas para mulheres plus size

As recrutadoras entrevistadas também relatam o despreparo de algumas empresas para absorver profissionais com peso acima da média, pois muitas vezes faltam recursos, materiais adequados como uniformes, EPIs e mobiliário.

Sobre essa questão, uma profissional participante da pesquisa compartilhou: “Na rede de supermercado que eu trabalho, eu não posso contratar uma mulher que use manequim acima de 50, pois não temos uniformes acima dessa numeração”. Diante desses desafios, é crucial que as empresas adotem medidas para promover uma cultura de inclusão e respeito à diversidade no ambiente de trabalho.

Confira algumas das respostas dadas pelas participantes do estudo:

  • 76% das entrevistadas já se sentiram pressionadas por não estarem dentro dos padrões de beleza impostos pela sociedade;
  • A pressão estética que sentiram foi por peso (88%), não estar maquiada (53%), cabelo (51%), estilo de vestir (44%), traços e formato do rosto (42%), e cor de pele (33%);
  • 69% delas já sentiram alguma pressão estética no ambiente de trabalho;
  • 56% afirmam que o desempenho no trabalho caiu depois de algum episódio relacionado à aparência.

“Por meio dos dados obtidos por meio desta pesquisa, buscamos promover um debate sobre um tema de extrema importância, não apenas para as empresas, mas também para toda a sociedade. Como uma marca comprometida com a promoção da beleza justa, inclusiva e livre de padrões irreais, assumimos o compromisso de nos posicionar firmemente contra qualquer forma de pressão estética, celebrando a singularidade de cada pessoa”, afirma Paula Pimenta, General Manager LATAM da The Body Shop.

Viviane Duarte, presidente do Instituto Plano de Menina e CEO do Plano Feminino, ressalta de forma contundente a importância da união e do engajamento em iniciativas transformadoras, como essa pesquisa conduzida em parceria com a The Body Shop.

Diante dos dados reveladores sobre a persistência dos padrões estéticos no mercado de trabalho, ela enfatiza: “Essa é uma transformação urgente para que o mercado acolha cada vez mais meninas e mulheres sem ferir quem são, adoecê-las e impactar o desempenho profissional, uma vez que muitas já enfrentam diversos outros desafios só para chegar nesses espaços”.

Com informações de assessoria de imprensa

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