Pela primeira vez desde o início da pandemia do coronavírus de 2019 (COVID-19), a atividade do setor de serviços no Brasil expandiu em setembro.
Dados do Instituto Markit Economics também mostraram outro aumento no otimismo em relação a novos trabalhos e negócios sustentados entre os participantes da pesquisa.
Pressões inflacionárias de custos intensificados, amplamente vinculadas à compra de materiais de higiene e equipamentos de proteção individual (EPI), resultaram em mais reduções de pessoal à medida que as empresas tentaram minimizar suas despesas.
O poder de fixação de preços permaneceu moderado, com empresas privando-se de elevar suas taxas em meio a esforços para estimular a demanda.
Em 50,4 no mês de setembro (agosto: 49,5), o Índice de Atividade de Negócios do setor de serviços da IHS Markit para o Brasil destacou crescimento pela primeira vez em sete meses. As empresas que relataram maior produção mencionaram o afrouxamento das restrições da COVID-19, seguido pela reabertura das unidades de negócios.
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No entanto, o último índice apontou para uma taxa marginal de expansão, uma vez que algumas empresas indicaram baixa atividade em suas unidades. Nas empresas que relataram essa situação, integrantes citaram o encerramento de contratos, alto desemprego e o lento impacto prejudicial da pandemia na demanda por seus serviços.
Os novos pedidos aumentaram pelo segundo mês consecutivo em setembro, e participantes da pesquisa atribuíram a expansão à reabertura das unidades de negócios, além do afrouxamento das restrições da COVID-19. A taxa geral de crescimento foi moderada e muito semelhante à do mês de agosto.
Os novos negócios oriundos do exterior continuaram em declínio, prolongando o atual período de redução para nove meses. O ritmo de contração diminuiu para o mais baixo desde fevereiro, apesar de continuar acentuado.
As empresas de serviços brasileiras viram seus custos aumentarem novamente no final do terceiro trimestre de 2020, com a taxa de inflação mais expressiva em quase quatro anos. Indícios casuais apontaram para maiores preços em energia, alimentação, combustível, materiais de higiene e EPI.
As próprias empresas absorveram custos adicionais e baixaram os preços cobrados pela prestação de serviços entre esforços para garantir novos trabalhos. A taxa geral de desconto, entretanto, foi ínfima e a mais lenta na atual sequência de seis meses de redução.
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Entre tentativas de cortar despesas, as empresas de serviços reduziram mais uma vez os números de folhas de pagamento. A redução de empregos foi marcante, mas é a mais fraca desde a sequência atual de redução de efetivos iniciada em março.
Por outro lado, os negócios pendentes continuaram aumentando. A taxa de pedidos em atraso foi sólida e a mais pronunciada na história da pesquisa (desde março de 2007).
Uma parte dos prestadores de serviços brasileiros esperam que a vacina para a COVID-19 seja disponibilizada nos próximos 12 meses, contendo assim a doença e ajudando no crescimento da produção.
Em contrapartida, outros preveem que a pandemia continue a restringir a atividade de negócios. O otimismo se manteve de forma geral, mas o nível de sentimento positivo caiu desde agosto e se manteve mais brando em comparação com a média da série.
Atividade do setor privado cresce pelo segundo mês consecutivo
Os dados de setembro mostraram um segundo aumento sucessivo nos resultados do setor privado no Brasil, à medida que o crescimento sustentado da produção industrial foi acompanhado por um novo aumento na atividade de serviços. O Índice Consolidado de dados de Produção registrou 53,6, muito semelhante ao índice de agosto de 53,9 e consistente com uma sólida taxa de expansão.
Os novos negócios agregados aumentaram nitidamente, sustentando o impulso obtido em agosto, com aumentos registrados entre as empresas de produção industrial e suas contrapartes de serviços. Como foi o caso na produção, os produtores de bens de consumo viram uma expansão mais forte nas vendas do que as empresas de serviços.
As tendências em emprego diferem, com o crescimento na indústria de produção contrastando com as contínuas reduções nas empresas prestadoras de serviços. No nível de consolidados, houve mais um declínio no número de efetivos. No entanto, o ritmo de contração foi o mais lento no período atual de sete meses de redução de efetivos.
Taxas mais fortes de inflação de custo foram registradas entre os produtores de bens de consumo e as empresas prestadoras de serviços, o que resultou no aumento mais acentuado dos preços de entrada do setor privado em mais de quatro anos e meio.
A inflação nos preços cobrados neste setor privado também acelerou, alcançando o terceiro maior índice desde que os dados consolidados passaram a ser disponibilizados, em março de 2007. Isto refletiu em um aumento recorde (no âmbito da pesquisa) nos preços de fábrica conforme as empresas de prestação de serviços continuaram a oferecer descontos.
(MR – Agência Enfoque)