Aquele momento para dar uma respirada, depois de tantas altas e a renda das famílias diluídas no supermercado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), aquele que mede a prévia da inflação oficial, ficou em 0,57% em abril. A taxa, em comparação com o mês passado (0,69%) é inferior, assim como de abril de 2022 (1,73%). Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (26), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Não deixa de ser uma boa notícia, pois, com esse resultado, o indicador acumula inflação de 2,59% no ano. Em 12 meses, o acumulado é de 4,16%, abaixo dos 5,36% registrados até o mês anterior.
O que pesou mais para o índice da inflação?
Segundo o IBGE, em abril deste ano os nove grupos de despesas apresentaram inflação, com destaque para o setor de transportes (1,44%). Foram registradas altas de preços da gasolina (3,47%), etanol (1,10%) e passagens aéreas (11,96%). Em segundo lugar, aparece o grupo saúde e cuidados pessoais (1,04%), cuja alta de preços foi puxada por itens como produtos farmacêuticos (1,86%) e plano de saúde (1,20%).
O grupo habitação também teve impacto relevante no IPCA-15, com variação de 0,48%, principalmente devido à energia elétrica residencial (0,84%).
A alimentação registrou a menor variação de preços entre todos os grupos de despesa (0,04%). Os demais grupos tiveram as seguintes taxas de inflação: vestuário (0,39%), despesas pessoais (0,28%), educação (0,11%), artigos de residência (0,07%) e comunicação (0,06%).
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Fala, economista!
Para Juliano Ferreira, economista-chefe da BGC Liquidez, sobre o resultado foi “melhor do que o esperado do que mediana do mercado por conta de alimentos no domicílio (-0.15 vs -0.03 mediana e +0.06 nosso), enquanto Industriais e Serviços vieram em linha com expectativa. Nossa expectativa de 0.63 tinha administrados um pouco mais salgado (veio 1.41 vs 1.49 mediana e 1.60 nosso). Subjacentes pouca coisa acima da mediana e do que nossa expectativa, e média dos núcleos em linha. Passagem Aérea veio +11.96 vs +10 do nosso modelo”, disse.
Sobre o IPCA Qualitativo, Juliano destaca que a média dos núcleos ficaram em linha com mediana (0.45 vs 0.44 mediana) e Serviços subjacentes levemente acima (0.51 vs 0.47 mediana). “Indicadores SAAR mais ou menos estáveis na média móvel de 3M, destaque negativo para Difusão, mas nem tanto. Sinceramente esperava uma rodada adicional de melhora nesses indicadores, seguindo tendência das últimas 3 leituras. Não significa que estancou a melhora, mas precisaremos aguardar um pouco mais.”
Mais detalhes: Nos industriais, segmentos como vestuário, automóvel novo, mobiliário e artigos de limpeza continuaram registrando inflações dentro do padrão histórico. “Vemos isso como positivo, no sentido de que parece que a inflação de industrias está acomodando (o pior ficou pra trás). O grupo como um todo teve inflação bastante baixa pro período”, afirma Juliano.
(Fontes: Agência Brasil/BGC Liquidez)