Nos dias atuais, observamos um fenômeno curioso no mercado de trabalho, particularmente entre as mulheres. Somos frequentemente contratadas por nossas competências e habilidades técnicas, as famosas “hard skills”, mas, surpreendentemente, muitas vezes nos vemos demitidas por questões
relacionadas às competências pessoais e comportamentais, as “soft skills”. Importante então trazer o tema para a mesa para explorarmos essa dicotomia e destacarmos a importância de um correto equilíbrio entre ambos os conjuntos de habilidades.

Ingressamos no mercado de trabalho carregando um vasto arsenal de conhecimentos técnicos. Os dados do Censo da Educação Superior, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), indicaram que as mulheres representavam em 2019, 61% dos estudantes que
concluíram cursos de graduação no Brasil.

As mulheres comprovadamente são a maioria nos bancos das universidades e em cursos técnicos, conquistamos certificações e habilidades específicas que muitas vezes nos colocam à frente na competição por vagas de emprego. Contudo, ao adentrar o ambiente corporativo, percebemos que a permanência e o sucesso não estão apenas vinculados às competências técnicas, mas também às habilidades interpessoais.

Um ponto crucial que emerge dessa reflexão é a relevância das “soft skills” no mundo profissional. Estas incluem a inteligência emocional, a capacidade de comunicação eficaz, o trabalho em equipe e a resiliência. Se inicialmente somos selecionadas por nossas competências técnicas, é o domínio das habilidades comportamentais que determina nossa trajetória e ascensão na carreira.

Saúde emocional no ambiente profissional

No entanto, é crucial entender que, para além das exigências do ambiente profissional, o bem-estar e a saúde emocional da mulher desempenham um papel significativo. A pressão e as expectativas muitas vezes resultam em desafios emocionais que precisam ser abordados para garantir um desenvolvimento
sustentável. A busca por um ambiente de trabalho saudável e equilibrado tornar-se, portanto, não apenas uma escolha, mas uma necessidade.

Investir no desenvolvimento das competências comportamentais não apenas contribui para o sucesso profissional, mas também molda uma liderança mais eficaz. Estudos mostram que mulheres, devido ao seu contexto emocional aprimorado, muitas vezes se destacam como líderes excepcionais. A empatia, a
capacidade de entender e gerenciar emoções, tornam as mulheres líderes mais adaptáveis e orientadas para resultados, especialmente em ambientes colaborativos.

O equilíbrio

O desafio para as mulheres no mundo profissional vai além da mera demonstração de competências técnicas. O equilíbrio entre hard skills e soft skills é a chave para o sucesso sustentável. Além disso, a atenção à saúde emocional e o cultivo de competências comportamentais não apenas fortalecem nossa
posição no mercado de trabalho, mas também nos destacam como líderes excepcionais. Ao reconhecer e abordar essa dualidade, abrimos caminho para uma representação mais equitativa e eficaz das mulheres no cenário corporativo.

Por Aline Yamada, Mãe, Advogada, Empreendedora, pós- graduada em Direito empresarial e societário pela FMU. Possui MBA em informação, inovação e tecnologia para negócios pela UFSCar. Mentora de negócio na Inova CPS e Mentores do Brasil. Fundadora da lawtech Juridtech e CEO da Startup Marias S/A uma Edtech de impacto social para capacitação de mulheres, empregabilidade e transformação de negócios. 

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