Ao que tudo indica, março deverá seguir sem ‘tsunamis’ no mercado global, nem recessão nos EUA. As perspectivas doas analistas estão bem otimistas para a economia em 2024, principalmente no Brasil. A dinâmica da inflação está controlada, com uma projeção de IPCA de 3,8% para este ano, segundo as últimas edições da pesquisa Focus do Banco Central. Também a estimativa do PIB crescer em torno de 3%.

Quanto ao mercado de ações, os analistas também manifestam otimismo por aqui. Embora considerando fevereiro frustrante, depois do FED ter anunciado que seria mais cauteloso do que o esperado e afirmar que iniciará apenas no segundo semestre a flexibilização monetária.

“Mas mesmo com as taxas de 10 anos dos EUA em alta (3,97% em janeiro, para 4,27% agora), provocando uma grande saída de investidores estrangeiros pelo segundo mês consecutivo (-R$ 9,5 bilhões em fevereiro; -R$ 17,4 bilhões no acumulado do ano), as ações locais tiveram um desempenho surpreendentemente positivo, subindo 1,0% em real (estável em dólares)”, comentam os analistas do BTG Pactual.

Investidores preocupados

Mas, nem tudo que reluz é ouro. Mesmo com boas perspectivas econômicas, não significa que as questões fiscais ainda são uma pedra no sapato. Elas continuam sendo a principal preocupação dos investidores. 

Na CEO Conference Brasil de 2024 do BTG, foram entrevistados gestores de ativos locais sobre suas opiniões sobre a economia e os investimentos. 

“Em termos de riscos locais, o enorme déficit fiscal do Brasil é a principal preocupação, com 60% dos investidores escolhendo esta opção. As contas fiscais são motivo de preocupação, mas a situação fiscal não é dramática, com o governo empenhado em levantar recursos. Mas a possibilidade de o governo alterar a meta fiscal para 2024 em maio deverá injetar volatilidade nos mercados – onde uma mudança de um déficit primário zero para um déficit de até 0,5% é precificada pelo mercado.”

Ações

Conforme o relatório do BTG para março, as ações brasileiras estão sendo negociadas a 10,0x P/L 12 meses à frente ex-Petro & Vale (apenas 8,2x incluindo elas), um desvio padrão abaixo da média. O prêmio para deter ações (medido como o inverso do P/L menos as taxas reais a 10 anos) é de 4,4%, mais de um desvio padrão acima da sua média histórica.

Investimentos estrangeiros

Os investidores estrangeiros retiraram R$ 9,4 bilhões, enquanto os institucionais tiveram uma entrada de R$ 2,4 bilhões, número próximo dos investidores pessoa física que apresentaram uma entrada de quase R$ 2,9 bilhões.

Como estão as carteiras para março

O BTG Pactual está aumentando a exposição a “teses domésticas”. Uma das alterações é no setor financeiro: Nubank (ROXO34) e BBAS foram retiradas; retorno do Itaú (ITUB4) graças às suas promissoras perspectivas de lucro para 2024 (+11% a/a); e B3 adicionada. A Vivara (VIVA3) desbancou a Renner (LREN3) no varejo; a Vale (VALE3) foi substituída pela Embraer (ENBR3). Outras alterações: Entra Raizen (RAIZ4), sai Cosan (CSAN3); Petrobras (PETR4) permanece.  

“A Petrobras permanece por mais um mês graças a um valuation barato (4,8x P/L) mais um elevado dividend yield (12% para 2024), e investimentos mais baixos, maior produção e potenciais dividendos adicionais poderiam elevar esse yield ainda mais.”  Equatorial (EQTL3), Localiza (RENT3), Cyrela (CYRE3) completam a carteira.

Em fevereiro, as carteiras recomendadas da Mirae Asset acompanharam o movimento de alta moderada do mercado de ações brasileiro, mas registraram melhor desempenho dos seus respectivos benchmarks. “Quase todos os setores registraram desempenho negativo no mês, com poucos casos de alta intrasetoriais, relacionados a eventos específicos”, comentam os anlistas. 

Já as expectativas para março são as aprovações do governo, como a reoneração da folha de pagamento; lá fora as mudanças na política monetária pelo FED e BCE seguirá a mesma.

“Teremos que acompanhar os rumos da China, que continua apresentando sinais dúbios sobre o crescimento de sua economia, apesar do momento de lançamento de programas de estímulos e a crise imobiliária se estendo.”

Sobre a carteira, a Mirae está mantendo a composição das carteiras. Mudança apenas na Carteira Meta: retirando Ambev (ABEV3) e incluindo Banco do Brasil (BBAS3).

A Genial tem como estratégia para março exposições em empresas exportadoras, principalmente por causa dos preços atrativos, visando a diversificação das carteiras. Mas não são a principal alocação devido ao potencial risco associado a um “cenário de hard landing no próximo ano, que poderia impactar negativamente o desempenho desses ativos”. 

Também em empresas domésticas, tendo em vista o ciclo de baixa dos juros tanto no Brasil quanto nos EUA. E por fim, dolarização da carteira, em ativos seguem com os mesmos percentuais das carteiras anteriores, considerando os sólidos fundamentos do Real e a expectativa de continuação do fluxo positivo de capital esperados para 2024 esperamos uma manutenção do atual patamar próximo dos R$ 5,00.

Carteira Ibovespa 10+ da Genial está assim para março: Em relação ao mês de fevereiro, saíram as ações da Assaí (ASAI3), Raízen (RAIZ4), Irani (RANI3) e Unipar (UNIP6). Com Inclusão das ações da Arezzo (ARZZ3), Camil (CAML3), Equatorial (EQTL3) e Pão de Açúcar (PCAR3).

Outras carteiras 

Planner;

Mantidas: Grupo Natura (NTCO3); JBS S.A. (JBSS3);Lavvi (LAVV3);Metalúrgica Gerdau (GOAU4); Prio (PRIO3); SLC Agrícola (SLCE3).

As retiradas:  Arezzo&Co (ARZZ3); BB Seguridade (BBSE3); Itaú Unibanco (ITUB4); Weg S.A. (WEGE3).

Incluídas: ISA Cteep – Transmissão Paulista (TRPL4); Multiplan (MULT3); Porto (PSSA3); São Martinho (SMTO3);  

BB Investimentos:

As mudanças nos portfólios quantitativos, em especial as Carteiras 5+ e Small Caps, sugerem que os investidores realizem o lucro de fevereiro, dado que os algoritmos procuram capturar tendências de curto prazo para um conjunto amplo de empresas.”

Vale lembrar que nossa estratégia Swing Trade apontou uma compra recente para o índice, movimento que, em leituras anteriores, precedeu um movimento mais consistente de alta”, comentam os analistas.

Ficam: BTG (BPAC11); Caixa Seguridade (CXSE3); Itaú (ITUB4); Isa CTEEP (TRPL4); Klabin (KLBN11); Multiplan (MULT3); Petrobras (PETR4); RaiaDrogasil (RADL3); Vale (VALE3); Weg (WEGE3). 

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