Um estudo feito pelo IBGE mostra que mais de 500 mil empresas fecharam as portas por conta do COVID-19

A pandemia do coronavírus não causou apenas uma crise sanitária em praticamente todo mundo. Também causou uma crise financeira nas principais nações do mundo. A principal medida de combate contra a doença foi o isolamento das pessoas e o fechamento de comércios considerados não essenciais, como shoppings, bares e baladas. Essa falta de consumo por parte da população fez com que muitas lojas fechassem as portas de maneira permanente. 

Um levantamento feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e publicado em julho mostrou que 716 mil empresas fecharam as portas desde o começo da pandemia do coronavírus. Do total de negócios fechados, quatro em cada dez afirmaram ao IBGE que a situação deveu-se à pandemia. Vale destacar que desde o começo do ano, antes mesmo do vírus entrar no Brasil, 1,3 milhão de empresas fecharam as portas. 

Das empresas que fecharam durante a pandemia, 518,4 mil (99,2%) eram de pequeno porte (até 49 empregados), 4,1 mil (0,78%) eram de porte intermediário (de 50 a 499 empregados) e 110 (0,02%) eram de grande porte (mais de 500 empregados). É possível afirmar que os micro e pequenos empreendedores foram os mais atingidos por essa crise, fazendo com que o cancelamento do MEI se tornasse rotina nesses últimos seis meses, mesmo com algumas flexibilizações de pagamento de tributos, como por exemplo a DARF

Dentre os tipos de comércios que mais sofreram com a pandemia estão as empresas do setor de serviços, comércios, construção civil e indústrias. 

Os comércios em São Paulo foram os mais atingidos. Desde março, o estado registrou mais de 850 mil casos confirmados de COVID-19 e mais de 30 mil mortes. Na questão de testes positivos, é o segundo estado mais atingido no mundo, ficando atrás apenas de Maharashtra, na Índia. A Associação Comercial de São Paulo divulgou, em junho, que mais de 20 mil comércios fecharam só na capital paulista. 

Segundo um levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo, o comércio da capital paulista deixou de faturar R$ 17 bilhões entre março e junho. Mesmo com a retomada das lojas em todo o país, o faturamento vai continuar sendo mais baixo em comparação aos últimos anos, já que o número de consumidores é menor e o poder de compra do brasileiro caiu. 

Essa alta quantidade de empresas fechando aconteceu mesmo com o governo federal disponibilizando uma linha de crédito durante a pandemia. O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) foi criada para atender aos pequenos negócios no Brasil que enfrentam dificuldades por conta da Covid-19.

O Pronampe pode ser utilizado em investimentos e capital de giro, como adquirir máquinas e equipamentos, realizar reformas e também para o pagamento de contas de água, luz, aluguel ou pagamento de salário de funcionários.

É importante destacar que o programa do governo federal proporciona facilidades na hora do pagamento desta linha de crédito. O prazo máximo é de 36 meses, incluindo o período de carência, de até 8 meses.  

Mesmo muitas capitais do Brasil apresentando uma tendência de queda nos casos e nas mortes por coronavírus, não há previsão de quando o país sairá desse período de recessão. A tendência é muitas empresas continuarem com dificuldades.

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