Ozempic

O prefeito Eduardo Paes (PSD) anunciou na última quarta-feira (1), no primeiro dia do seu quarto mandato na Prefeitura do Rio de Janeiro, a implementação do uso da semaglutida na rede pública de saúde. A substância é o princípio ativo do Ozempic e deverá ser disponibilizada nas Clínicas da Família da cidade.

O que é Ozempic?

O Ozempic é um medicamento que tem como princípio ativo a semaglutida, uma forma sintética do hormônio GLP-1, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento de diabetes tipo 2. Sua administração é feita por meio de uma caneta injetável e está disponível em apresentações de 0,25 mg, 0,5mg e 1mg.

Para que serve o Ozempic?

O remédio age no corpo imitando um hormônio ligado ao apetite e a alimentação, ajudando a estimular a produção de insulina e, assim, a diminuir os níveis de glicose no sangue do indivíduo. Por conta deste mecanismo, quem usa o remédio sente menos fome e, consequentemente, se alimenta menos e emagrece. O acompanhamento médico é fundamental, junto com mudanças de estilo de vida (alimentação, exercício físico, sono de qualidade).

No entanto, este medicamento não tem indicação na bula para o tratamento da obesidade.

Promessa de campanha

O decreto publicado no Diário Oficial do município de 1º de janeiro anunciou a criação de um grupo de trabalho que vai analisar como a medida pode ser viabilizada. 

Durante a campanha, Paes admitiu que utilizou o medicamento e prometeu oferecer à população caso fosse eleito. A declaração gerou memes e brincadeiras nas redes sociais.

“As pessoas tratam isso de uma maneira, em geral, jocosa, mas isso é muito importante. Vamos ouvir o Daniel [Soranz, secretário municipal de Saúde]. E a gente vai olhando a história do que significa a obesidade vista, mas não sob o ponto de vista estético, mas de saúde pública, é muito importante”, disse o prefeito, em entrevista após a posse.

“É um desejo nosso que a população mais pobre tenha acesso a um medicamento que quem tem um mínimo de condições está comprando e usando. É uma política pública de saúde contra a obesidade, para que a gente possa melhorar os índices de saúde da população carioca: diabetes, problemas cardíacos e coronarianos.”

O relatório de estudo sobre o uso do medicamento deve ser entregue a Paes em até 90 dias. De acordo com o secretário de Saúde, Daniel Soranz, a compra do Ozempic já está sendo realizada por parte da Prefeitura para acelerar esse processo.

“Já estamos conversando com a Novo Nordisk [empresa dinamarquesa que produz o Ozempic] e outras três empresas que vão fabricar o remédio após a quebra da patente. A expectativa é que 3 mil doses [por mês] já estejam disponíveis a partir de janeiro de 2026 — no protocolo de tratamento de combate à obesidade nas Clínicas da Família. Mas, é claro, que todo o processo da compra passará por uma licitação”, disse Soranz.

Segundo o secretário, somente o médico da Família, que já acompanha o paciente com regularidade, poderá decidir se ele usará ou não o medicamento.

Hoje, a dose mensal de Ozempic sai ao redor de R$ 1 mil, mas com a quebra da patente há a expectativa da redução dos preços e a popularização do medicamento.

Efeitos colaterais do Ozempic

Há efeitos colaterais, sobretudo no sistema gastrointestinal, sendo náuseas e vômitos os mais comuns. Ainda que menos comuns, há também registros de dor de cabeça, sensação de fraqueza e cansaço, dor de cabeça, constipação, diarreia, entre outros. Segundo a bula do Ozempic, há ainda um efeito colateral grave, ainda que incomum: a pancreatite, que pode afetar até 1% dos usuários.

Ressaltamos que o uso do Ozempic deve ter o acompanhamento médico, assim como qualquer outro medicamento.

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