A trajetória da empresa familiar é muito emblemática. O fundador identifica uma oportunidade de negócio, inicia um empreendimento e vivencia inúmeros sacrifícios. São problemas financeiros, ausência da família, e tantos outros dilemas que enfrentará durante sua jornada, em virtude do seu comprometimento com o negócio.

Nos últimos anos o brasileiro se viu obrigado a empreender para conseguir uma renda e manter sua família, sendo que a quase totalidade destes empreendimentos se configura como sendo de natureza familiar.

Nessa ansiedade, muitos conseguem abrir o seu próprio negócio, e desejam desenvolver a empresa colocando nela seu DNA.

Embora este seja um sonho de muitos fundadores, eles terão que enfrentar muitas dificuldades antes da estabilidade, independentemente do tamanho do empreendimento.

O maior desafio, porém, é perpetuar a empresa para as próximas gerações. Os maiores questionamentos são:

  • Como transferir o conhecimento sobre a trajetória da empresa?
  • Como fazer com que os sucessores compreendam as características do negócio profundamente?
  • Como agir para que os conflitos vinculados às disputas internas, não se instalem na empresa e na família?

Depois dos árduos anos para consolidar sua empresa no mercado, o fundador tem o dilema da perpetuação para resolver.

A sucessão deve ser planejada e formalizada com antecedência. Não se pode deixar que o acaso resolva os problemas relativos à passagem de uma geração para a outra.

Qualificar os sucessores é fundamental para a continuidade dos negócios, e esta é uma tarefa de responsabilidade do fundador. Ele conhece o caminho percorrido pela empresa, ele entende profundamente seu cliente e concorrente, além de ter implementado os valores praticados na organização. Portanto, o fundador é a mola mestra de toda a estrutura empresarial que ele quer deixar para as próximas gerações. Ele precisará se responsabilizar por definir as regras da sucessão, e a forma pela qual os sucessores devam ser qualificados.

Devido a esta falta de planejamento sucessório, somente 30% das empresas familiares sobrevivem à segunda geração.

Para mudar esta estatística, é necessário que o fundador busque alternativas para formalizar o processo sucessório, por meio de práticas de Governança Corporativa. Estas regras vão definir a maneira pela qual a empresa caminhará, e as normas para prestação de contas entre os sócios. O objetivo da adoção de ferramentas de transparência na gestão e prestação de contas, é minimizar, significativamente, os problemas decorrentes dos conflitos inerentes às organizações de natureza familiar.

Muitas vezes, em virtude das relações próximas e do envolvimento emocional entre parentes, as empresas recorrem a consultorias especializadas em Governança Corporativa e Sucessão Familiar, com o intuito de mediar o processo, e auxiliar na estruturação de políticas e práticas que sustentarão a empresa na sua caminhada rumo à perpetuidade.

Porém, para que o sonho de continuidade se torne realidade, é importante que o fundador prepare seu sucessor: transmita seus valores e reforce o contorno cultural da organização, acompanhe o processo de qualificação de perto, e principalmente, auxilie nas dificuldades que o sucessor encontrará pelo caminho.

Separar as questões familiares dos assuntos empresariais também é um passo importante. Este é um problema frequente que desajusta muitas empresas familiares. Todos os pontos descritos anteriormente envolvem o conceito de PROFISSIONALIZAÇÃO dos negócios de família.

A profissionalização trará para empresa maior credibilidade junto ao mercado e, por conseguinte, melhores resultados corporativos.

Definitivamente, a empresa familiar é um grande negócio, mas tem como principais desafios: elaboração e implantação de regras para a sucessão, atualização dos negócios, formação de lideranças, e o desenvolvimento de práticas de transparência e prestação de contas. Este é o desafio para a perpetuação do sonho do fundador.

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