Em momentos de incerteza econômica, como o recente ciclo de alta de juros, muitos investidores adotam uma postura defensiva, alocando grande parte de suas carteiras em pós fixados e em títulos com vencimentos curtos. No entanto, com os bancos centrais pelo mundo começando a sinalizar cortes nos juros, será que essa estratégia continua sendo a melhor escolha?
Quando a curva de juros se inverte, os títulos de curto prazo pagam mais do que os de longo prazo. Parece uma boa oportunidade no curto prazo, mas esse cenário pode mudar rapidamente quando os bancos centrais cortam as taxas de juros. Nesse ponto, o retorno de investimentos em pós fixados começa a cair, e os investidores podem perder a chance de travar taxas mais altas em investimentos de longo prazo.
Hora de olhar alternativas de longo prazo
Recentemente presenciamos a “desinversão” da curva (após mais de ano com ela invertida) dos títulos do Tesouro dos EUA. Ou seja, voltando para um estado de “normalidade” onde o prêmio aumenta na medida em que você deixa mais tempo o dinheiro parado.
Isso sinaliza melhores perspectivas dos investidores sobre a economia e não mais o risco de recessão iminente. Sob esse ponto de vista, o mercado de renda fixa internacional oferece uma excelente alternativa para quem deseja diversificação e proteção contra a volatilidade local. Podendo ser acessado por quem tem conta no exterior, bem como por meio dos BDRs de ETFs pela bolsa brasileira.
O diferencial de juros entre Brasil e EUA, que historicamente supera 6%, favorece quem busca investir fora do Brasil, com o benefício de um retorno adicional. Mesmo com os juros altos nos EUA, a expectativa é de que as curvas se normalizem ainda mais (conforme sinalizado na imagem acima). Dessa forma, trazendo ganhos potenciais para quem se posicionar estrategicamente em renda fixa e renda variável.
Se preparando para tempos incertos diante dos juros
De forma inicial, diversifique com renda fixa e renda variável, tornar-se refém de uma única categoria não deveria estar entre as suas prioridades. Assim, você poderá contar com maior agilidade para aproveitar o timing dos juros.
Portanto, ao investir em títulos de longo prazo agora, você pode garantir taxas mais atrativas antes que os cortes de juros comecem a reduzir as oportunidades. Bem como, em ativos de renda variável que são extremamente sensíveis ao mesmo movimento.
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