Se você tem o aplicativo do seu banco no celular, já viu em algum lugar da tela a escrita Open Finance. Você pode ter clicado para saber o que é, talvez até já seja um usuário. Mas saiba que muita gente ainda não se aventurou em integrar essa novidade. E mais que isso: a iniciativa do Banco Central tem crescido muito e já faz parte dos investimentos também. O Acionista vai falar com você sobre isso.

Bem, a título de conceito, o Open Finance ou Sistema Financeiro Aberto é uma iniciativa do Banco Central do Brasil com os  objetivos de trazer inovação ao sistema financeiro, promover a concorrência, e melhorar a oferta de produtos e serviços financeiros para você, consumidor. Uma forma de compartilhamento das suas informações financeiras.

De acordo com o BC, a pessoa física ou jurídica é quem decide quando e com quem deseja compartilhar os dados. O Open Finance assegura a padronização do compartilhamento de dados e serviços.

O que vem em 2024?

Com a passagem do terceiro aniversário em fevereiro, e considerando os avanços até então, assim como as tendências projetadas para 2024, fica claro que o Open Finance está moldando significativamente a maneira como clientes interagem com instituições financeiras e seguradoras. 

Publicidade

SIMULAÇÃO GRATUITA: Descubra onde investir e fazer o seu dinheiro render de verdade. Veja por aqui.

Segundo a pesquisa Open Finance Brasil, em 2021, 45,8% das pessoas se mostraram preocupadas em como seus dados financeiros seriam utilizados. Em 2023, esse percentual caiu para 34%. O estudo também mostra que a preocupação sobre falta de proteção dos dados reduziu de 41% para 28%. 

Para Murilo Rabusky, Diretor de Negócios da Lina Open X, o aumento da conscientização e da confiança do consumidor são peças-chave para impulsionar ainda mais o avanço do Open Finance no Brasil.

“Grandes fintechs brasileiras desempenham um papel central no crescimento do ecossistema, por disponibilizarem rapidamente em seus aplicativos funcionalidades de agregação de contas e aprovação de limites de crédito, o que ajudou milhões de brasileiros a desbloquear o Open Finance. Já são 40 milhões de consentimentos ativos, o que significa que estas instituições que saíram na frente detêm um nível informacional e um grau de conhecimento sobre seus clientes que lhes possibilita inovar em sua oferta de produtos e serviços, e assim, gerar valor a partir do uso inteligente desses dados”, comenta.

Perspectivas

Em 2024, espera-se uma expansão ainda maior do Open Finance, impulsionada por novas funcionalidades e melhorias na experiência do usuário (UX). Entretanto, a conscientização sobre os benefícios do sistema continuará sendo uma prioridade, com as instituições financeiras desempenhando um papel fundamental nesse processo.  

Publicidade

SIMULAÇÃO GRATUITA: Descubra onde investir e fazer o seu dinheiro render de verdade. Veja por aqui.

“A previsão é de um aumento expressivo no número de usuários, atualmente em 27 milhões, e de consentimentos ativos, que hoje somam 40 milhões. Novas funcionalidades e melhorias na experiência do usuário são esperadas para impulsionar essa expansão, solidificando o Open Finance no mercado e na sociedade”, comenta Alan Mareines, CEO da Lina Open X.

Evolução do Open Finance

Há  mudanças regulatórias previstas para 2024 que visam aprimorar a experiência do usuário, com o lançamento de funcionalidades como pagamentos automáticos e recorrentes. Essas implementações não só atenderão às demandas do mercado, como também promoverão mais eficiência para usuários, fintechs e bancos.

À medida que o Open Finance evolui, novas oportunidades surgem, como o compartilhamento de dados de investimentos e a introdução de soluções para a recepção de propostas de operações de crédito. Essas inovações prometem facilitar o acesso a serviços financeiros e promover uma escolha mais vantajosa para os clientes. Mas os desafios enfrentados pelas instituições financeiras não podem ser subestimados. 

Desafios 

Um dos principais desafios será lidar com o ritmo acelerado de atualizações e implementações técnicas necessárias para acompanhar as demandas do mercado e as mudanças regulatórias em constante evolução. Isso exigirá que as instituições financeiras invistam em equipes altamente especializadas e flexíveis, capazes de adaptar-se rapidamente às novas tecnologias e requisitos legais.

Além disso, as mudanças nos modelos de negócios orientados a dados continuarão a desafiar as organizações financeiras, que precisam reestruturar suas operações para maximizar o uso eficiente das informações disponíveis. Esse processo pode exigir investimentos significativos em infraestrutura tecnológica e capacitação de pessoal.

Segundo a Lina Open X, outro desafio importante será garantir a conformidade regulatória em um ambiente em constante mudança. As regulamentações relacionadas ao Open Finance estão em evolução constante, exigindo que as instituições financeiras estejam sempre atualizadas e seguindo as normas vigentes. Isso pode ser especialmente desafiador em um contexto de rápida inovação tecnológica e concorrência acirrada. 

Open Investiment

Começou em  29 de dezembro a implementação da mais recente etapa do Open Finance, conhecida como Open Investment. A princípio, o serviço está disponível apenas para os grandes bancos. Conforme indicado pelo Banco Central, em um futuro próximo, a funcionalidade também se tornará obrigatória para os demais participantes do mercado, portanto o investidor precisa ficar atento.   

Segundo Marilyn Hahn,  cofundadora e CRO do Bankly, é  um processo que envolve a autorização do cliente para que suas informações financeiras, como transações e investimentos, sejam acessadas pelas instituições bancárias, proporcionando uma visão mais integrada e a oferta de serviços mais assertivos e personalizados. “A perspectiva do setor é que as próximas fases do open finance introduzem maior competitividade, destacando a qualidade do serviço como o principal diferencial para atrair clientes”, afirma Marilyn.  

Mas quais as vantagens reais? 

Conforme a CEO do Bankly, ao compartilhar dados, os investidores podem experimentar uma gestão financeira mais unificada, permitindo que os bancos ofereçam serviços personalizados e sugestões de investimento mais alinhadas às metas individuais.   

“Essa colaboração estreita visa promover uma experiência mais eficiente e segura, inaugurando uma fase promissora no cenário do Open Banking e mudando a experiência dos usuários, que terão cada vez mais informações e poder de escolha sobre os serviços financeiros que utilizam. “

Publicidade