Essa pergunta eu faço em muitos momentos e compartilho com vocês esta reflexão.

Eu estava acostumada a trabalhar em ambientes predominantemente masculinos, com equipes onde eu era a única mulher; ou ter o desafio de liderar uma equipe composta somente por homens. No início da minha carreira era assim. Da mesma forma, no meu tempo de faculdade esta também era a realidade, via muito mais homens do que mulheres em sala de aula.

Depois de alguns anos, ao iniciar em uma nova atividade, como professora universitária, fiquei surpresa, a sala de aula está inversa. Como assim, inversa? Os homens eram a minoria. A surpresa se transformou em orgulho. Que bom! Estamos mudando o mundo.

Pude ver mulheres de diferentes idades, sedentas de conhecimento. Não havia e não há para elas desafios que não possam ser vencidos. Novas atividades, vista por muitos colegas como difíceis, se tornaram para essas mulheres, a oportunidade de um aprendizado ainda maior, que não se restringe ao conteúdo, requer interpretação, análise, planejamento, aprendizado de novos métodos, criatividade. Requer trabalho em equipe, algo com o qual as mulheres trabalham muito bem.

Pude, então, ver que o mundo acadêmico acolheu essas mulheres para que elas pudessem crescer. Pude então, sentir ventos de mudança.

Mas ao visitar as empresas, quem encontramos nos cargos de decisão? Ainda são os homens, em sua grande maioria. São eles que gerenciam, coordenam, supervisionam. Por isso da minha pergunta, ONDE ELAS ESTÃO?

Onde elas estão, que não estão na liderança? Onde elas estão, uma vez que são a maioria na formação? Onde elas estão, que tomam conta da sala de aula, das atividades?

Onde elas estão….

Precisamos fazer a busca, precisamos levar a pergunta, precisamos abrir o caminho, precisamos abrir os olhos e mostrar que elas não estão onde deveriam estar.

Não temos que derrubar ninguém, temos que possibilitar que o gênero não seja classificação. Que não exista a separação entre homens e mulheres no momento da seleção. Que sejam as qualidades, as habilidades e as competências, a forma de selecionar e qualificar quem serão nossos líderes no dia a dia.

Precisamos encorajar as mulheres para que tenham a certeza e a segurança de que estão preparadas para vencer qualquer desafio. Vemos este preparo todos os dias, ao vencer e superar pequenas e grandes adversidades, todos os dias e o dia todo. Então se somos assim, superamos dificuldades, por que a liderança nos é apresentada como algo que não nos pertence?

Temos que acreditar em nossa capacidade de liderar, em nenhum momento titubear que não somos capazes. Temos que buscar a invisibilidade do gênero nos processos de seleção, uma vez que ao não vermos e não percebermos a diferença, ela não será uma diferença.

Vamos buscar nosso protagonismo, mostrar a riqueza que temos na diversidade, buscar a equidade de gênero, permitindo que as mulheres possam colaborar com a sua visão sobre os negócios, para que a resposta para “Onde elas estão?”. Seja: Estão onde querem estar.

Mônica Cichelero

Contadora, Mestre em Controladoria (UFRGS). Coordenadora dos cursos de Pós-graduação em Controladoria e Finanças, de graduação de Ciências Contábeis e Gestão Financeira da Faculdade (FISUL – Garibaldi/RS). Atua em Gestão de Riscos, Governança Corporativa, Compliance, Auditoria, Planejamento Estratégico, Controle de Gestão e Business Inteligence, em empresas nacionais e multinacionais. É, também, empreendedora hoteleira.

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