Prof. Rodrigo Antonio Chaves da Silva
Analista patrimonial

Para chegarmos no patamar econômico que temos hoje, levou-se muito anos, aliás derivou séculos para a humanidade comprovar que para se manter, era necessário um sistema de convenções econômicas, patrimoniais, humanas e sociais, interligadas e interagentes, de modo a procurar o equilíbrio e a sustentação de todos.

Isso porque a sociedade é um sistema, e a riqueza que ela produz também, efeito do trabalho humano, que existe dentro de uma estrutura geral muito bem definida, e hoje impossível de ser destruída, malograda as tentativas do novo século de se fazer o contrário, todas elas geraram problemas muito mais sérios que as soluções alegadas, provando uma vez mais que a rede econômica, e o ente econômico-administrativo devem ser mantidos na sociedade.

Muitos teóricos da economia, diziam que a concorrência perfeita deveria existir quando os produtos e as ofertas fossem múltiplas no mercado, de tal maneira que o preços caíssem e a procura pudesse ser abastecida sem nenhum problema, aquilo que denominamos de preços eficientes ou primeiro grau de preços, ao mesmo tempo, percebeu-se que quanto mais variável é o produto, e mais possível de se produzir, melhor para o seu preço, ou melhor dizendo, a sua oferta ao mercado ficaria mais baixa, assim temos os grãos, os cereais, as frutas, e os legumes que funcionam no regime quase perfeito. Estes negociados no mercado de ações são nominados de derivativos.

Claro que o grau máximo de perfeição não existe, o que existe são variâncias no sistema econômico, e alguma concentração.

Hoje, infelizmente, é difícil termos uma economia que para abastecer a população não conte com monopólios. O Brasil tem muitos por parte do governo: de combustível, de gás, de luz, de água, entre outros mais. Todos estes favorecem a um tipo de concentração. Claro que isso vai contra a teoria da concorrência perfeita, ou garante que não há um mercado perfeito, todavia, a existência das concentrações, desde que controlada e com respeito aos elementos deontológicos e gerenciais, não gera problemas, agora quando a gestão é corrupta, e a concentração é feroz, há consequências gravíssimas para a sociedade como a absorção da renda privada e da poupança das famílias, como vemos muitas vezes, em certo nível acontecer no país.

Pois bem, a concorrência perfeita não existe, até teóricos da contabilidade americana consideravam isso, todavia, um certo tipo de concentração menos forte, que não seja apenas um vendedor (caso de monopólios), mas um conjunto de vendedores, deve existir.

 Esse pequeno aglomerado de redes que permitem a venda, melhoram a logística de certo modo, abastecendo a sociedade, sendo de concentração mediana.

É o caso de oligopólios, os quais, conseguem se interligar mantendo uma rede, e satisfazendo, de certa maneira, a demanda das sociedades.

Não é a concentração mais forte dos monopólios, sobretudo, não é o nível de preços perfeitos das empresas menores, mas um intermediário.

O clássico exemplo desses fenômenos econômicos, encontramos por exemplo em diversos setores, como montadoras, empresas de abastecimento, fábricas, etc.

Uma fábrica de móveis, em ilustração, pode funcionar com certo oligopólio com as empresas de parafusos, ferramentas, fretagens, comitentes de vendas, logística, madeireiras, prestadores de serviços, etc. Pode existir um grupo com várias atividades, uma holding, ou mesmo uma série de empresas com distinções jurídicas diferentes.

Uma montadora de carros também, ela funciona de certa maneira numa escala horizontal, as peças, os parafusos, as empresas que fazem os vidros, as indústrias de pneus, as indústrias de partes do carro, lanternagem, etc. Há vários vendedores em cada produto, e o produto final só acontece em escala interligada desses vendedores. Até a venda dele pode acontecer por grupos. Logo, é um tipo de oligopólio.

Esse tipo de concentração para gerar o abastecimento da sociedade em certos graus, até é normal, porque por ele, temos uma série de fases de produção que se interligam e mantém o produto diretamente na mesa do cliente.

Assim seria a ligação vertical também, de um produto, como frutas cortadas de um varejo, primeiro o produtor de melancias, depois um atacado para a venda em conjunto, em seguida o varejo, e o produto final, criando um tipo de rede que fica como que fundamental para o abastecimento social.

Essa visão do oligopólio, foi defendida por grandes nomes da economia, até mesmo autores que são considerados nobeis no sentido de suas obras primas revolucionarem o modo de pensar desta ciência, como o caso de Paolo Labini.

Este Italiano percebeu que para a sociedade se manter em eficácia, deveria haver um tipo de concentração que mesmo sendo um tipo de variância não fosse considerada má, desde quando alimentasse adequadamente e eficientemente setores da sociedade. Ele foi o maior teórico de oligopólio neste sentido. Suas proposições faladas em 1980 são muito simples, e que pertinem a nosso artigo são as seguintes:

  1. O desenvolvimento econômico depende da tecnologia e da indústria;
  2. O progresso técnico e econômico depende de escalas crescentes no tempo;
  3. A maquinaria é o instrumento para manter esse tipo de progresso;
  4. Para que haja esta logística e este processo fundamental seria uma ligação entre as empresas;
  5. Esta ligação é fundamental em todos os tipos de economia e mantém a logística social.

Mais ou menos estas são as suas propostas, considerando que os oligopólios tanto para países normais ou desenvolvidos, quanto para países mal administrados e subdesenvolvidos seriam pois naturais em certo tom.

Ele dá exemplo simples de uma floresta a qual depende de todas as arvores, algumas maiores outras menores, e outras interligadas.

Assim é a rede econômica para alimentar a rede social.

Pois bem, com a crise do Coronavirus, os efeitos danosos na economia (para um alarde de uma epidemia que contaminou 4 milhões de seres – arredondados -, fora as especificidades de discussões, mas pontos também muito exagerados), os grupos de empresas, os oligopólios, lamentavelmente, não se mantiveram em graus crescentes, ou em interligação.

Assim se uma empresa A, fazia depender a B, e a C, bastaria uma destas ficar sem operação, ou com queda, para prejudicar todo o setor da economia.

Isso foi natural, visto que houve a PARALISAÇÃO SOCIAL.

O problema é que mesmo com o abastecimento da população, as redes empresariais e produtivas que alimentavam até o setor básico de alimentação caíram suas vendas e sua produção, quebrando o seio logístico.

O potencial de regresso gritou à porta do Brasil, de tal maneira, que mesmo as empresas com mais autonomia talvez, como o setor de viagens, dependeram diretamente da condição logística dos oligopólios, tendo freada a sua movimentação.

Com o regresso do andamento das pessoas, e a circulação sendo quebrada, os oligopólios verticais ou horizontais quebraram a sua logística, ou mesmo caíram em nível de andamento econômico.

O progresso se esfriou, e a ordem começou a fazer ponderar um tipo de caos.

Os resultados não poderiam ser diferentes com dois males. O primeiro deles e o pior, em nosso singela opinião foi o desemprego. O segundo deles as consequências danosas para os setores da logística, que não figurariam com um efeito, mas muitos, como queda de tributação, falências, incapacidade de pagamento, inadimplência, custo, queda da bolsa e outros mais.

O primeiro inteiramente social que é o desemprego, provocando danos para o homem, o segundo, a consequência econômica que gerará mais fenômenos de dano social, como inflação, custo social, pobreza e perda de renda das famílias.

Em suma, a destruição por conta da crise, do movimento normal da economia, por parte das redes, dos oligopólios, gerou problemas sociais-econômicos danosos e interessantes, fazendo uma dependência do Estado e seus monopólios serem muito maiores, provocando mais concentração, mais dano psicológico, e o pior, estabelecendo uma incoerência muito grande com o andamento e os costumes da sociedade (que pode ter queda de certas práticas laborais pensando que o Estado lhe solucionará tudo).

Em outras palavras, a crise do Coronavirus ao destruir as redes, as intermediárias concentrações, abalar a linha de suprimentos, ou reduzir drasticamente os setores menores da economia, junto com os medianos, e fazendo depender-se dos maiores, provocou, pois, mais dano à estrutura de equilíbrio, todavia, sobrecarregando o Estado, poderá ela também gerar mais necessidade de capital internacional, e com isso problemas seríssimos em matéria social e nacional ( pois a nossa dívida consta em quase 90% do PIB provocada por empréstimos internacionais também).

Com o abalo do sistema mediano de concentração, o desemprego aumentou, provocando danos sociais, nisto cerca de 8 milhões de desempregados da força normal de trabalho já existem, infelizmente a tendência é que isso dobre até o final do ano, provocando pois, a maior crise econômica dos últimos tempos, não sendo coerente, logo, com os números de classificação de uma verdadeira epidemia lamentavelmente, embora haja interesses políticos e hegemônicos em toda esta escala provocada mundialmente. A história ainda há de mostrar isso mais cedo ou mais tarde. Esperemos.

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