A administradora de shoppings Iguatemi informou que seu conselho de administração e a Jereissati Participações aprovaram iniciar um processo de reorganização societária que tem como objetivo a consolidação das suas bases acionárias em uma única companhia.
O objetivo da reorganização é a simplificação da estrutura societária, sem prejuízo à estrutura de controle da Iguatemi S.A.; que será o nome da nova empresa, após aprovação dos seus acionistas em suas respectivas assembleias gerais.
As ações serão negociadas na forma de units, no segmento de listagem Nível 1 da B3, porém com direitos similares aos exigidos pelo regulamento do Novo Mercado, o mais alto nível de governança corporativa, e as ações em circulação será de aproximadamente 45%, quantidade superior ao atual free float da administradora de shoppings.
A empresa informa que “a unificação das bases acionárias das companhias permitirá o aumento da sua capacidade de investimento e crescimento, sem o aumento do endividamento, colocando as companhias em uma posição mais favorável para participar das oportunidades futuras de consolidação, combinações de negócios e aquisição de ativos estratégicos, aumentando a sua relevância no mercado imobiliário brasileiro”.
Impacto: Marginalmente positivo. O fato da troca na listagem no Novo Mercado pelo Nível 1 da B3, que pode prejudicar a nota de governança da nova companhia na métrica ESG (Ambiental, Social e Governança), pode ser compensando com a possível redução de despesas operacionais e financeiras, que deve melhorar suas margens, o que permitiria futuras aquisições e resultados mais robustos. Vemos também com bons olhos a indicação de Cristina Betts para o cargo de presidente do grupo.
PLANNER: Iguatemi (IGTA3) – Proposta de reorganização societária
Os conselhos de administração da Iguatemi e da sua controladora, a Jereissati Participações, estão encaminhando aos acionistas minoritários uma proposta de reorganização societária; transformando as duas companhias em uma só.
A proposta que será submetida para assembleia de acionistas prevê que a Iguatemi Empresa de Shoppings (IGTA3) seja incorporada pela Jereissati Participações (JPSA3) e se torne uma subsidiária integral. Em troca, os atuais acionistas da empresa de shoppings receberão um prêmio de 10% sobre a cotação média das suas ações nos 30 dias anteriores; conforme o comunicado ao mercado.
Com esse movimento, as ações pulverizadas entre diversos investidores fora do grupo controlador (o chamado free float) subiria em 45%, ampliando sua liquidez potencial, segundo o comunicado.
A nova empresa passará a se chamar Iguatemi S.A. e terá papéis negociados na forma de certificados de depósito de valores mobiliários (units). Cada unit será composta por uma ação ordinária (ON) e duas preferenciais (PN). Hoje, a Iguatemi tem apenas papéis ON.
O objetivo é ampliar a liquidez dos papéis negociados na Bolsa e, principalmente; abrir caminho para uma futura emissão de ações e captação de novos recursos junto a investidores. O grupo aposta no crescimento por meio da aquisição de concorrentes.
Ao mesmo tempo, a reorganização visa a garantir a permanência do controle nas mãos da família Jereissati mesmo que ela não participe dos futuros aportes de capital na mesma proporção de outros investidores.
Vale lembrar que as ações ON têm direito a voto nas assembleias, enquanto as PN têm prioridade para receber dividendos. Neste caso, as ações PN terão direitos econômicos equivalentes a três vezes os da ON.
A família Jereissati controla a companhia de shoppings por meio da empresa Jereissati Participações, que funciona como uma holding. Hoje, a família possui um peso de 50,7% nos votos em assembleia e uma fatia de 30,6% no bolo dos lucros. Após a reorganização, passará a deter 65% dos votos e 29% dos lucros.
Caso a Iguatemi S.A. faça uma futura emissão de units para atrair novos investidores e a família Jereissati não acompanhe a injeção de dinheiro na empresa; o seu poder de voto não será ameaçado, visto que os novos sócios receberão principalmente ações PN – sem direito a voto.
A assembleia para deliberação da proposta ocorrerá no dia 8 de julho, às 10h. Os controladores não votarão.
A ação IGTA3 encerrou cotada a R$ 46,40 com valorização de 25,9% no ano.