O Dia das Mães é a segunda data comemorativa que mais movimenta o comércio, perdendo apenas para o Natal e isso pode dar oxigênio ao setor varejista que não anda bem em vista do freio do consumo (juros, inflação). A possibilidade de melhorar os números causa uma expectativa positiva para os empresários. De acordo com a pesquisa feita em todas as capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise, demonstra que 79% dos consumidores devem realizar pelo menos uma compra no período. 

Segundo o levantamento,  aproximadamente 128,7 milhões de brasileiros vão presentear alguém , seja mãe, esposa, avó ou mesmo a sogra e esse cenário deve movimentar aproximadamente R$ 33,2 bilhões nos segmentos de comércio e serviços.

E-commerce – Segundo relatório da E-Commerce Brasil, de 2021 para 2022 houve um crescimento de 20% nas vendas no Dia das Mães. Ainda assim, no ano passado os vendedores ainda estavam receosos quanto ao baixo poder de compra da população, conforme a CNDL.

Apesar disso, existem perrengues para o melhor desempenho do varejo, principalmente com a manutenção da taxa Selic em 13,75% pelo Banco Central e a inflação, que fechou 5,79% em 2022. Assim, o consumo diminui, sem falar do poder de compra da população reduzido.

Impacto – Os juros altos e inflação, fazem com que a população gaste menos com compras consideradas não essenciais, como roupas, móveis, etc. Um dos poucos setores que mostra resiliência é o comércio de (alimentos), afinal ninguém pode ficar sem comer. Empresas como Assaí e Carrefour mostraram resistência, mas de formas diferentes. Quanto aos outros segmentos, as previsões não ajudam, ainda mais quando os fatores que causaram a queda continuam. 

Varejo-  Como falamos no Clube Acionista mês passado, não precisa ser um especialista para saber quando o setor que envolve consumo, preço e juros vai mal. Ser apenas cidadão ou cidadã, trabalhador ou trabalhadora que frequenta o supermercado ou empresários lojistas, sentem e vivem os percalços diariamente. Para se ter uma ideia, o varejo sofreu a primeira retração após 15 meses de alta, apresentando queda de 0,7% em vendas durante fevereiro de 2023, em comparação com o mesmo mês em 2022. Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) registrou alta de 6,7%.

Renner, sempre lembrada para presentes, teve um 1T23 ruim

Os campeões de vendas para o Dia das Mães sempre são roupas, calçados e acessórios, e segundo a pesquisa CNDL/SPC, não será diferente agora. A Lojas Renner (LREN3), por exemplo, sempre é referência para presentes dessas linhas, e com certeza os investidores aguardam um bom desempenho para a data. Uma forma de diminuir a dor dos resultados do 1T23: lucro líquido de R$ 46,8 milhões no primeiro trimestre de 2023, em uma baixa de 75,6% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com balanço divulgado no último dia 3.

A estimativa de analistas girava em torno de um lucro de R$ 80 milhões, segundo dados reunidos pela Bloomberg. Segundo o relatório, a margem líquida da empresa caiu 6,5 pontos percentuais, a 2,1%. A receita líquida do varejo subiu 2,2%, a R$ 2,27 bilhões, enquanto o GMV do digital avançou 1,4%, a R$ 448,2 milhões. Segundo a Renner, o Ebitda do período caiu 39,3% na base anual, a R$ 229,9 milhões – ajustada, a linha recuou 34,3%, a R$ 251,8 milhões. “O Ebitda ajustado total apresentou retração versus o primeiro trimestre de 2022 basicamente pelo menor desempenho dos segmentos de varejo e serviços financeiros”, explicou a companhia.

(Fontes: Clube Acionista/CNDL/MoneyTimes)