Elaborado por: Rico Investimentos
Thiago Salomão, CNPI-P 1399 Matheus Soares, CNPI 1969

Se teve um setor que sofreu menos durante a crise, esse setor foi o financeiro. Mesmo diante da pior recessão da história do Brasil, onde tivemos geração de riqueza negativa comparável ao período de guerra pelo qual a Ucrânia passou recentemente e taxa de desemprego saindo de 4,8% em 2014 para algo em torno de 12% em 2016, foi muito comum os jornais estamparem em manchetes que o lucro dos bancos não parava de crescer.

Não à toa, o setor bancário foi, durante muito tempo, um dos setores mais resilientes e confiáveis para o investidor colocar o dinheiro. Havia um consenso no mercado, quase que unânime, de que os bancos conseguiam ganhar dinheiro tanto na crise, quanto na bonança.

Hoje em dia esse consenso está longe de se manter de pé e o setor passou a dividir as opiniões do eixo Faria Lima – Leblon. Isso porque o mercado tem questionado a capacidade dos bancos continuarem surfando os vaivéns da economia.

Em 2020, o desempenho do setor tem sido bem aquém da alta de 2,78% do Ibovespa:

CódigoRetorno 2020
Ibovespa2,78%
Santander (SANB11)-3,13%
Bradesco (BBDC4)-3,85%
Banco do Brasil (BBAS3)-5,72%
Itaú Unibanco (ITUB4)-7,70%

Base de dados 21/01

O que tem afetado as ações no curto prazo?

No início de janeiro, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, apresentou ao mercado os resultados da Agenda BC#, agenda composta por uma série de medidas que incentivam a redução das taxas de juros, estimulam entrada e o fortalecimento de novos entrantes no setor.

Embora não tenha sido nenhuma novidade, o tom do regulador chamou a atenção, já que em apenas dez meses conseguiu apresentar e implementar uma grande agenda focada em elevação de competição e redução das taxas de juros. Como, por exemplo, a imposição de um teto de 8% ao mês na taxa do cheque especial, que deve impactar em aproximadamente 2% os lucros dos bancos para 2020.

Além da regulação mais apertada, outros dois fatorestêm feito os investidores questionarem à ‘disrupção’ do setor:

  • Competição

Hoje não é preciso ter presença física para crescer, ou seja, possuir milhares de agências e centenas de milhares de funcionários era condição necessária para atingir o máximo de pessoas possíveis e assim conseguir crescer. Hoje não mais: o avanço da tecnologia tem quebrado as barreiras físicas e escalado os negócios virtuais, dentre eles os bancos digitais, que tem conseguido ganhar escala sem a necessidade de expandir fisicamente seu negócio pelo Brasil. Dito isso, os bancos digitais tem conseguido atingir milhões de pessoas sem os custos das agências bancárias, diluindo os custos de aquisição e de servir o cliente. Estamos vendo isso acontecer na pele com uma de nossas Small Caps preferidas.

  • Macroeconomia

Juros em queda pode estimular positivamente a economia do país, uma vez que diminui o custo do crédito e facilita o acesso a financiamentos, mas pode não ser bom para bancos que sobrevivem captando barato para emprestar mais caro. Não só o spread (diferença entre o custo de captação e o custo do empréstimo) deve cair por culpa da queda dos juros, como também a competição pode acelerar esse processo.

Veja as manchetes de jornais dos últimos dias.

Apesar das notícias negativas, ainda há motivos para acreditar no setor. Se, por um lado, a maior competição e regulação no setor atingem diretamente as receitas com serviços (onde é mais fácil entrar, menos regulado e menos defendido), por outro lado, quando falamos em crédito, o jogo muda. Saber fazer crédito no Brasil não é fácil, é necessário conhecer bem o seu cliente (caso contrário sofrerá com inadimplência) e respeitar a participação de capital próprio necessário para estimular a concessão de crédito.

Dito isso, os bancos digitais (ainda pequenos) podem não dar conta de fornecer o crédito demandado pelos seus clientes, caso a recuperação da economia e a busca por empréstimos cresçam nos próximos anos. Ou pior, a concessão acelerada sem o conhecimento necessário pode fazer com que muitos bancos digitais ou fintechs, fiquem pelo caminho.

Como isso se reflete na carteira Rico Premium: não temos nenhuma recomendação de compra para os grandes bancos, mas também estamos longe de achar que é o fim deles. Pelo contrário, se em algum momento os preços chegarem a um patamar que julgamos atrativos, podemos sim encarteirá-los, tendo em vista que eles podem se beneficiar de uma recuperação econômica,têm estrutura e podem se aproveitar do aumento da procura por crédito neste cenário.

A competição e o desafio do setor é unânime para as principais casas do mercado.

BB Investimentos ressalta que a atuação do Banco Central, os temas sobre o Open Banking e o Cadastro Positivo devem impactar a estrutura atual do setor financeiro e o papel histórico dos bancos, independente do avanço da agenda regulatória.

Sendo assim Bancos Pequenos seguirão focados em atrair e crescer suas bases de clientes, operando em nichos específicos com alto grau de especialização para gerar receitas via linhas não-tradicionais.

Perspectivas da BB Investimentos para os principais papéis do setor financeiro

EmpresaTickerPreço Alvo – Dez/20
Banco ABC BrasilABCB420,80
Banco Bradesco BBDC446,20
Banco BTG PactualBPAC1172,80
BanrisulBRSR628,60
Banco InterBIDI416,20
Banco SantanderSANB1150,20
Itaú UnibancoITUB443,80

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