O relatório final da investigação da Polícia Federal (PF) sobre o desvio de joias do acervo presidencial revelou evidências que ligam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) às negociações de presentes de luxo de autoridades estrangeiras.

O documento, tornado público pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aponta que o político mantinha conhecimento das operações que envolveram a venda e resgate desses itens, que pertenciam ao Estado.

Entre as provas apresentadas pela Polícia Federal (PF) destaca-se a troca de mensagens em que Bolsonaro recebeu informações sobre um conjunto de joias, e usou o termo “selva” para confirmar entendimento militar.

A investigação indica que o ex-presidente teria se beneficiado diretamente do esquema, e possivelmente utilizou recursos provenientes da venda das joias para financiar despesas pessoais nos Estados Unidos, onde viajou no final de 2022.

A PF também menciona transferências de dinheiro em espécie para Jair Bolsonaro, facilitadas por terceiros, inclusive um encontro em Nova York (NY) documentado em fotos.

Além das acusações contra o ex-presidente por organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de influência, a investigação revelou que Jair Bolsonaro teria utilizado o avião presidencial para enviar as joias aos EUA, onde foram vendidas com a colaboração de aliados.

A defesa do ex-presidente considera o inquérito “insólito” e argumenta que não houve intenção de enriquecimento ilícito, e cita precedentes anteriores de recebimento de presentes por presidentes sem consequências legais similares.

O documento foi encaminhado para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que precisa analisá-lo em até quinze dias.

A perícia não terminou de avaliar os itens, o que significa que o valor das joias supostamente desviadas pode ser superior a R$ 6,8 milhões previamente informados.

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