Caro Investidor!

Você não será pego de surpresa, porque tudo indica que, em 2025, a expectativa é de que os juros no Brasil permaneçam elevados podendo bater em 15% a.a. Se você investe em Fundos Imobiliários, FIIs, saiba que os de tijolo, que investem em imóveis físicos como shoppings, escritórios e galpões, provavelmente serão impactados de forma negativa em 2025. A projeção é dos analistas da Terra. 

Com os juros elevados, o custo de financiamento de novos projetos e a demanda por imóveis comerciais pode cair, afetando a valorização das cotas.

Mas se você investe nos FIIs de papel, que investem em ativos de renda fixa (a rainha) como debêntures e CRIs, podem continuar sendo uma boa alternativa. “Eles oferecem proteção contra a inflação e são beneficiados pelos juros altos, uma vez que seu retorno tende a ser mais elevado em comparação aos papéis tradicionais do Tesouro Direto”, firma o relatório da Terra.

IFIX

De acordo com o site Money Times, 2024 iniciou com ótimas perspectivas para os FIIs. Contudo, está encerrando com um dos piores anos da série histórica da categoria do IFIX 

O índice que reúne os 100 maiores fundos imobiliários da bolsa, já registrou queda de 11,02%. Mas, ainda assim, algumas carteiras de FIIs estão chegando ao fim deste 2024 com saldo positivo.

Fonte: Infomoney

Hoje e amanhã

Para Felipe Paiva, advogado especialista em fundos de Investimento de TozziniFreire Advogados, neste ano, os FIIs enfrentaram desafios significativos devido à manutenção da taxa Selic em patamares elevados. Esse cenário aumentou a atratividade da renda fixa, reduzindo o fluxo de capital para FIIs e pressionando os preços das cotas. 

“O impacto foi visualizado na diminuição do número de ofertas de FIIs, e sentido diretamente nos fundos de tijolo, que dependem do desempenho econômico para gerar retorno, como aqueles focados em lajes corporativas e shoppings, setores mais sensíveis ao aumento dos custos de crédito e à redução do consumo. Em contrapartida, os FIIs de papel, que investem em títulos indexados ao CDI e IPCA, beneficiaram-se do ambiente de juros altos, registrando melhores distribuições de dividendos”, comenta.

Para 2025, as perspectivas são mistas. Segundo Paiva, caso a Selic comece a cair, pode-se esperar uma recuperação gradual dos FIIs de tijolo, devido à retomada da economia e à redução dos custos de financiamento.

“No entanto, o que antecipamos é uma possível continuidade do cenário desafiador a curto prazo, com a estabilização apenas em médio a longo prazo, dependendo da condução da política monetária e das condições macroeconômicas. Enquanto isso, oportunidades podem surgir com a valorização de ativos descontados no mercado e com transações imobiliárias mais complexas envolvendo, por exemplo, a aquisição de imóveis com o pagamento em cotas de FIIs com maior liquidez.”