Rufam os tambores! Um dos setores mais fortes da economia brasileira, o de Siderurgia e Mineração, que abraça as gigantes como Vale (VALE3) e CSN (CSNA3) balançou nesta terça-feira (23) com os números apresentados pela Usiminas (USIM5) no seu 1T24. O mercado se frustrou com uma queda de -93% no lucro líquido da empresa. A pergunta que se faz agora é: como serão os resultados da poderosa Vale (VALE3) que serão divulgados nesta quarta-feira (24)?
Antes de mais nada, tudo indica que o cenário adverso para a siderurgia devido à queda dos preços internacionais afetou os resultados da Usiminas. A companhia teve uma receita líquida de R$ 6,2 bilhões no 1T24, queda de -14% em relação ao 1T23. O Ebitda ajustado foi de R$ 416 milhões no período, queda anual de -47%. Já o lucro líquido foi de R$ 35,6 milhões, queda de -93% em relação ao apresentado no mesmo período do ano passado.
O principal negócio da Usiminas, a siderurgia, a receita caiu -13% devido aos menores preços do aço no mercado mundial e também à oferta elevada do aço chinês no mundo. Já no segmento de mineração, a receita caiu -17% por causa dos preços baixos.
De acordo com a Nord, dada a situação desfavorável para os preços internacionais e a atividade econômica da China, a perspectiva é de resultados fracos para 2024. A Usiminas está negociando a 8,5x lucro e 9,7x Ebitda histórico.
Logo, se é para se pensar nesse cenário internacional e em preços e o quanto isso influencia, com certeza não se pode ter muitas esperanças que os resultados da Vale sejam tão bons.
Ainda sobre a Usiminas, segundo o Bradesco BBI, ouvido pelo InfoMoney, “a reação negativa do mercado aos resultados esperada se daria principalmente dada a orientação da empresa de resultados trimestrais relativamente estáveis em sua divisão de aço – os investidores esperavam melhorias contínuas nos resultados, seguindo os ganhos de eficiência do alto-forno 3. Enquanto isso, o Ebitda ficou acima da projeção do banco, que era de R$ 345 milhões.”
Aço salva?
Conforme publicação do Money Times o Itaú BBA e o Safra destacam os resultados melhores do que o esperado na divisão de aço, ajudados por um bom desempenho de custos.
“O custo dos produtos vendidos (CPV) por tonelada diminuiu 11%, enquanto o custo caixa de produção por tonelada caiu 8%. Os volumes de aço doméstico e preços foram sequencialmente estáveis. As exportações aumentaram para 123 mil toneladas, resultando em um mix de vendas plano”, diz o texto.
Da Vale (VALE3) à CSN (CSNA3)
Segundo a Suno, o Safra divulgou suas projeções dos resultados 1T24 das empresas que fazem parte do setor de papel, celulose, mineração e siderurgia, conhecidas como materiais básicos. O foco dos analistas no relatório é o Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) e a recomendação de preço-alvo por ação de cada companhia. Vale (VALE3), Suzano (SUZB3), CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4) são algumas empresas que entraram no radar do banco.
Vale (VALE3)
Conforme a projeção dos analistas, a Vale deve reportar um Ebitda de aproximadamente US$ 3,4 bilhões no 1T24. Esse cálculo, dizem, exclui os efeitos financeiros e operacionais relacionados ao desastre de Brumadinho. “A projeção representa uma queda de 50% em relação ao trimestre anterior (4T23) e está 13% abaixo do consenso do mercado. O Safra aponta que a Vale enfrenta desafios devido a preços mais baixos do minério de ferro e menores volumes de embarque.”
CSN (CSNA3)
Já no setor siderúrgico, conforme a projeção do Safra divulgada pela Suno, a CSN tem previsão de queda acentuada no Ebitda para aproximadamente R$ 1,8 bilhão no 1T24. “Os custos mais altos e a pressão nos preços de venda contribuem para essa perspectiva negativa no 1T24 da CSN, conforme o banco.”
E por fim a CSN Mineração (CMIN3), que pela projeção deve apresentar uma redução significativa no Ebitda, com previsão de R$ 1,1 bilhão. A projeção da CSN Mineração no 1T24 representa uma queda de 60% em relação ao trimestre anterior e está 24% abaixo do consenso do mercado, conforme os analistas.
(Com informações Money Times; InfoMoney; Suno; Nord)