A sucessão é considerada tão importante na literatura, que alguns autores definem empresa familiar como potencial para sucessão. Ela seria, então, uma empresa cujo controle e gerenciamento seriam passados para a próxima geração da família, quer seja por vontade dos herdeiros em assumir a sucessão, quer seja pela herança propriamente dita.
As estatísticas confirmam que a sucessão é uma questão tipicamente problemática: apenas 30% das empresas familiares sobrevivem à segunda geração e apenas 5% à terceira.
Para garantir que o processo sucessório seja adequado e eficaz, é fundamental considerar a adoção de programa de gestão do conhecimento organizacional que justifique, não apenas as ações de treinamento, mas também a educação corporativa a ser impressa junto ao herdeiro, a partir da identificação de aptidões deste para a ocupação do cargo de gestor organizacional.
Para entendermos melhor as ações de gestão do conhecimento, é necessário apresentar os tipos de conhecimento disponíveis para a organização, a saber:
- Conhecimento tácito – adquirido a partir de experiências pessoais; não formalizado; de difícil transferência, pois está baseado na percepção do indivíduo.
- Conhecimento explícito – conhecimento organizacional; formalizado por meio de manuais, materiais didáticos (treinamentos); regulamento interno, entre outras ferramentas corporativas. É de fácil transferência, em virtude de já estar estruturado.
O herdeiro muitas vezes é formado a partir do conhecimento tácito do fundador, o que traduz, muitas vezes, em problemas de compreensão, pois quem herda não viveu a realidade do seu antecessor.
Para que o sucessor seja bem preparado, a transferência da experiência de quem empreendeu um negócio é crucial para a boa formação do profissional, mas será que isto basta? E como a segunda geração passará suas experiências aos seus sucessores? Haverá, neste caso, a mesma riqueza de detalhes da primeira para a segunda?
A formação do sucessor precisa ser planejada, o conhecimento deve ser formalizado e registrado, e é imprescindível que a modernidade seja adotada pela empresa, mas os valores e a filosofia do fundador devem ser mantidos e transmitidos às gerações futuras.
A perpetuação dos negócios familiares passa, essencialmente, pela Qualificação dos Sucessores e pela adoção de princípios de Governança Corporativa. Estes são os pilares que sustentam a continuidade da empresa para as próximas gerações, e a materialização do sonho do fundador.