Por: Tayllis Zatti

“21% do dólar em circulação no mundo foi impresso esse ano. 2020, o ano da impressora”

Bem vindo ao clube se você ouviu essa frase em algum momento em 2021. Mas calma, já alerto que esse não é um texto que vai tratar – mais uma vez – sobre a inflação. Na verdade até pensei em abordar o tema hoje, mas deixemos para um outro momento. Essa é apenas uma frase que coloco aqui para enfatizar como ainda teremos diversos desafios, principalmente âmbito global.

Quero fazer um exercício fora da curva com você hoje!

Preço NÃO é VALOR.

Já inicio dizendo que o sonho de qualquer analista e investidor é descobrir como estimar o preço justo de um ativo. Concorda?

Pensando nessa linha, fatores são todos os elementos que determinam os prêmios que compõem o preço de um ativo. No final do dia, todo mundo quer mesmo saber qual o preço justo a se pagar por ele. Está barato? Está caro? Mas aviso, não confunda esse conceito com preço-alvo; são coisas distintas.

Existem diferentes fatores que determinam o preço de um ativo. A busca desses fatores é o cerne da questão. Há múltiplas teses sobre o assunto, o problema é que nem sempre o que explica o preço de X explica o preço de Y, e vice versa.

Nessa busca de fatores, somos levados a um conceito, a expectativa de preço, que podemos descrever matematicamente por 

E(P) = M*X

Mas calma lá, essa fórmula matemática não é motivo para espantos. O E(P) (a própria expectativa de preços) é igual ao quanto o ativo paga ao longo do tempo (X), ponderado pelo risco deste ativo (M). Então, entra o personagem central e tão temido do mercado: risco! 

Afinal, como mensurá-lo?

Vou evitar colocar aqui mais uma fórmula matemática, porém, considere que o risco é dado pelos fatores de risco e pelo risco específico de cada ativo. Não, você não precisa saber realizar cálculos complicados para investir com sabedoria no mercado.

Eu escrevi tudo isso até agora para chegar ao ponto de te dizer que o risco é um fator fundamental do mercado. Digo isso não apenas porque mensurá-los é minha área de estudo e, confesso, reconheço essa importância com um tanto de imparcialidade no assunto. 

Faço essa afirmação porque as quedas do mercado são inevitáveis. Os ativos reagem ao noticiário econômico, político, aos resultados das companhias e mais uma série de acontecimentos. E ninguém consegue prever o futuro. E tudo bem!

Porém, milhões de investidores não concordam com esse “tudo bem”! Há SEMPRE o pavor generalizado de quando a bolsa cai. O roteiro não muda. O preço cai, o medo de perda vai às alturas, acontece a venda massiva dos ativos nas mínimas. Passa algum tempo, o mercado se adapta, determinados riscos de mercado (olha eles aqui de novo) se tornam “aceitáveis”, o medo da perda passa, a ganância de ganhar/recuperar capital se torna novamente personagem principal da história, e compra-se na alta. Infelizmente.

E com licença porque vou parafrasear Warren Buffett agora “O sucesso nos investimentos não depende de Q.I., desde que o seu seja maior que 25. Caso tenha inteligência normal, precisará apenas que seu temperamento seja capaz de controlar os impulsos que levam outras pessoas a ter problemas em investimento”.

Com isso, volto a reforçar que não há necessidade de você entender de estatística para ser um bom investidor. Você precisa saber reconhecer os riscos de mercado e lidar com eles racionalmente. É possível!

Aliás, milhares e milhares de pessoas norteadas pela loucura, ganância, medo ou desespero não revelam o quanto uma empresa vale, ou seja, seu valor intrínseco. Isso é apenas a temperatura do humor médio do momento. 

Se eu fosse você, anotaria essa frase e leria ela todo dia antes de espiar o mercado ou abrir a carteira: O preço tende a convergir para o valor justo no longo prazo. Calma!

Para finalizar, nada melhor que mais uma frase do mestre Warren Buffett: “Se você não pode controlar suas emoções, você não pode controlar seu dinheiro.”

Até segunda-feira!

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