O mercado de criptomoedas, onde o Bitcoin se insere e é apenas uma das mais de mil criptomoedas existentes é algo muito recente e está literalmente ancorado na tecnologia. Criptomoedas não existem fisicamente, são simplesmente registros digitais. Por ser um assunto novo, não existem regulamentações sedimentadas para o seu funcionamento e a moeda digital ainda não é aceita na totalidade do mercado para permitir a aquisição de bens e serviços.

As constantes variações de cotação dos Bitcoins e os expressivos valores que a criptomoeda tem apresentado fazem com que o investidor fique extremamente preocupado.

Para citarmos um exemplo, em dezembro de 2016, seu valor de mercado teve 1.600% de diferencial em relação a janeiro do mesmo ano. Mas durante esse mesmo ano a moeda apresentou oscilações bastante significativas, o que mostra sua volatilidade.

Outro fato importante a considerar, quando se trata de decidir investir em Bitcoin, é que muitas vezes o investidor compromete valores muito acima de seu capital, gerando um endividamento que pode ser fatal, caso as expectativas de ganho não sejam realizadas na medida necessária para saldar essas dívidas contraídas.

De acordo com o jornal britânico “Financial Times”, muitos investidores que acreditam nas moedas virtuais estão comprometendo bastante o saldo do seu financeiro, o que coloca em evidência a situação especulativa.

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“Essa negociação dos contratos futuros tem potencial para que as perdas [em uma desvalorização] sejam maiores do que o mercado de Bitcoin”, afirmou o jornal.

Esse comportamento, se for generalizado pelos demais investidores, poderá causar o que se define como efeito bolha no mercado.

Outra situação que deve ser considerada pelo investidor é que, como se trata de um processo de compra, venda e armazenagem de ativos em plataformas digitais (exchanges), o sistema é passível de invasões por hackers, como já ocorreu na Coreia do Sul e no Japão, causando enormes prejuízos aos investidores, pelas consequentes quedas de cotação da criptomoeda.

Olhando pelo lado positivo e atrativo, percebemos que há uma forma interessante de participar desse mercado e que pode render alguns lucros aos investidores em bitcoin. Trata-se da locação de bitcoins, modalidade oferecida por algumas exchanges e que funciona da seguinte maneira: um investidor aplica um determinado capital na compra de bitcoins e os disponibiliza por aluguel a outros investidores que atuam de forma especulativa, os quais irão utilizar essas criptomoedas alugadas para operar na compra e venda de bitcoins e pagar um aluguel por elas.

Como vemos, o assunto bitcoin é bastante interessante e instigante e por ser razoavelmente novo e pouco difundido, suscita uma grande quantidade de questionamentos, dúvidas, receios e curiosidade.

Faltam ainda regulamentações e efetivas garantias de segurança para investidores e exchanges e também uma total aceitação pelo mercado como moeda para aquisição de bens e serviços e pelo governo para pagamento de tributos. Mas a tendência é que isso virá com o tempo.

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Por enquanto, poucas ações oriundas de órgãos reguladores brasileiros foram tomadas para orientar o mercado.

No fim de 2017, ano em que o mercado de bitcoin esteve bastante agitado, as autoridades monetárias brasileiras começaram a se preocupar com o comportamento especulativo da criptomoeda e suas oscilações de cotação, bem como da segurança dos ativos. Nessa ocasião, o Banco Central e a Comissão de valores Mobiliários (CVM) emitiram comunicados alertando os investidores.


• O Banco Central afirmou que a compra e a guarda de criptomoedas com objetivo especulativo “estão sujeitas a riscos imponderáveis, incluindo, nesse caso, a possibilidade de perda de todo o capital investido, além da típica variação de seu preço”.

• A CVM alertou que não exercia qualquer tipo de fiscalização sobre as “exchanges” que negociam bitcoins e outras moedas virtuais no Brasil. A CVM só tem poder para controlar instituições que operam valores mobiliários.


Essas observações e opiniões inseridas nesse artigo não têm o intuito de estimular ou desestimular o investimento em bitcoin, mas apenas servem como alertas para o investidor não cair em tentação e ver seu patrimônio colocado em perigo.


Algumas das regras básicas, que valem para qualquer tipo de investimento, devem ser consideradas na hora de aplicar em bitcoin:

• Nunca invista mais do que você possui de concreto;

• Não se endivide na suposição de que seu ganho irá permitir quitar as dívidas em curto prazo;

• Pesquise bastante antes de investir o seu capital;

• Qualquer que seja a variação da cotação de seu ativo, o seu ganho ou perda só terá sentido para você na hora de vendê-lo.


O que recomendo a quem esteja interessado no mercado de bitcoin é entrar de forma cautelosa, investindo inicialmente pequenas quantias e manter-se informado, acompanhando o comportamento da criptomoeda e as oscilações de cotação que vão ocorrendo.

*Sergio Dias (economista e consultor do Sebrae): é economista com pós–graduação em gerência de projetos e especialização em administração de empresas; consultor de empresas, roteirista, palestrante e instrutor; sócio da Sdias Consultoria Ltda (fundada em 1999); prestador de serviços de consultoria no SEBRAE/RJ, nas áreas de gestão da inovação e planejamento estratégico. Sérgio Dias também é consultor e facilitador de cursos de inovação na FIRJAN e na ANPEI. É vice-presidente da ASSESPRO-RJ, membro do Conselho Empresarial de Inovação da Associação Comercial do Rio de Janeiro e integrou o grupo de trabalho da prefeitura para elaboração do Planejamento Estratégico da Cidade do Rio de Janeiro e as missões de negócios ao Panamá, Costa Rica, Portugal e Espanha pelo Centro Internacional de Negócios da FIRJAN.
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