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O mercado de ESG e onde investir?

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Tudo que envolve sustentabilidade e ESG está no dia a dia e isso inclui o mercado, ou você acha que a pauta ainda está no nicho acadêmico ou em manifestos socioambientais? Não. Conforme diz uma reportagem do InfoMoney, “cada real aplicado em um ativo nos mercados financeiro e de capitais vai, de alguma forma, financiar uma atividade econômica. Esse dinheiro não tem a única função de gerar rendimentos para quem investe. Ele vai para a vida real. Quando entra na engrenagem do mercado, o recurso do investidor – seja ele de pequeno ou grande porte – permitirá que uma fábrica contrate mais funcionários, que uma rede varejista amplie atividades em uma nova região, que o governo pague pela construção de uma obra de infraestrutura, e por aí vai.”

Logo, é certo que os negócios são impactados, também, pelas mudanças climáticas. O que ocorreu recentemente no Rio Grande do Sul, por exemplo, ainda não se tem como medir as consequências das chuvas e inundações.  Isso não só atingiu a vida das pessoas, mas o trabalho dessas pessoas, as empresas que contratam essas pessoas e muitas delas têm investidores. 

Mercado ESG e investimentos

Dessa forma, está mais do que na hora de  considerar o ESG na gestão de riscos (e oportunidades) de todo e qualquer investimento. “Muitos negócios estão alterando seus modelos de atuação e desenhando novos cenários para lidar com o futuro. Atitudes como essas geram despesas, com impacto sobre o fluxo de caixa e – adivinha? – sobre os seus investimentos nessas empresas. Você, como investidor ou investidora, terá implicações mesmo que não tenha comprado diretamente ações ou títulos de dívida dessa companhia, já que os papéis podem estar nas carteiras de fundos de investimento”, ressalta a publicação do InfoMoney.

Outro ponto importante, é que foram criados muitos produtos voltados ao ESG, e a cada dia mais a regulação e a autorregulação impulsionam mudanças necessárias. É preciso que o investidor brasileiro se esforce para mudar a própria mentalidade em relação ao longo prazo. “Todos sabemos que, mesmo com as ações voltadas à redução das emissões de gases de efeito estufa mundo afora, as próximas décadas trarão muitos desafios para a humanidade. Isso aumenta a importância da poupança de longo prazo, tema ainda distante do dia a dia das famílias brasileiras”, diz a reportagem.

Os principais temas ESG 

Os analistas da XP Investimentos discutiram com investidores institucionais sobre as agendas ESG para o ano e em quais empresas investir em 2024. Apesar das quedas na bolsa, as desvalorizações acompanhadas de pessimismo por parte dos investidores, e de uma perspectiva macroeconômica desafiadora, segundo a XP, “os investimentos ESG estão demonstrando resiliência, com o mercado cada vez mais buscando nomes de alta qualidade com sólida governança”. 

Destaques da XP Investimentos após reunião com investidores, veja abaixo.

Mercados de carbono e eletrificação no centro dos debates

Dois temas principais estão chamando a atenção dos investidores: mercado voluntário de carbono – embora os investidores tenham expressado preocupação com a credibilidade dos créditos de carbono após os escândalos recentes, eles reconheceram que esforços estão sendo feitos visando melhorar a integridade do mercado, incluindo revisões de metodologias e mudanças de seus participantes; e eletrificação – a entrada em massa de empresas chinesas e de veículos elétricos (VEs) no Brasil vem despertando um crescente interesse, especialmente em relação ao seu impacto sobre os preços dos carros, com a principal discussão focada no ritmo da eletrificação.

Governança corporativa

Embora mudanças substanciais nas práticas relacionadas ao pilar (G) possam levar tempo, os investidores, no geral, concordam que o mercado local está caminhando na direção certa. Entre as barreiras para a adoção de boas práticas, os principais pontos de discussão incluíram: o papel dos membros independentes do Conselho de Administração e como as empresas podem apoiar e criar as condições para que esse independente exerça seu papel fiduciário; e  os efeitos negativos das intervenções políticas nas empresas estatais. “Por fim, vale a pena ressaltar que os investidores estão monitorando de perto as mudanças propostas pela B3 para o segmento de listagem do Novo Mercado, reforçando o interesse em melhorias contínuas nos padrões de governança.

(…) enquanto o engajamento dos acionistas também evolui”, comentam os analistas da XP.

Conforme eles, os acionistas estão evoluindo para incluir: reuniões dedicadas com a gestão da empresa; exercício do direito de voto, em grande parte possibilitado pela adoção do voto remoto e por outras simplificações no processo; e/ou maior coordenação entre os acionistas minoritários, que podem garantir que seus interesses sejam representados trabalhando em conjunto.

Transição energética

De modo geral, os investidores concordaram que a transição energética apresenta ótimas oportunidades de investimento, que podem levar a retornos financeiros de longo prazo. “Entretanto, como a transição é um processo longo e contínuo, que depende de tecnologias ainda em fase de testes, a incerteza sobre os ganhos financeiros torna a alocação de recursos em soluções de baixo carbono ainda pequena.” 

Sobre as mudanças climáticas, a incerteza sobre a melhor forma de avaliar a resiliência e os planos de adaptação das empresas “dificulta a integração de informações climáticas no processo de investimento, apesar do reconhecimento de sua importância.

Setores e nomes em destaque”. 

Por fim, em meio ao sentimento mais pessimista prevaleça no mercado local, somado aos desafios macroeconômicos, “os investidores estão migrando para setores defensivos de olho em ações de alta qualidade com sólida política ESG. Os setores que valem a menção incluem elétricas, bancos, papel e celulose e telecomunicações, enquanto entre os nomes mais consensuais, destacamos: Itaú (ITUB4), Suzano (SUZB3), Vibra (VBBR3) e Sabesp (SBSP3).”

Os investimentos com créditos de carbono

Segundo informações do site BNews, o mercado de compensação de carbono já movimenta mais de R$10 bilhões no planeta, somando empresas e pessoas físicas. E isso porque toda atividade no mundo gera um volume de Gases de Efeito Estufa que, dependendo da quantidade, vai se acumulando na atmosfera. Assim, nos níveis atuais, vem desencadeando a atual crise climática, engatilhada pelo aquecimento global.

“Em outras palavras, as atividades humanas, de maneira geral, estão produzindo mais gases do que o planeta está conseguindo suportar. Muito dessa emissão está associada com a atividade produtiva e econômica, o que vem sendo amplamente debatido desde os anos 70. Hoje, a compensação de carbono já se consolidou como uma solução emergencial, enquanto a redução de emissões não alcança as metas ideais”, diz a publicação.

Essa compensação de carbono e descarbonização têm o propósito de diminuir os impactos causados pelos gases de efeito estufa. Servem para reduzir e neutralizar os gases poluentes emitidos pelas empresas e pelas pessoas ao longo dos anos.  “Os investimentos nessas trocas podem se transformar em novas áreas de plantio florestal ou recuperação de áreas desmatadas. E é nesse ganho de mais áreas de florestas que o Brasil despontou como um grande mercado de créditos de carbono.”

No Brasil o mercado de crédito de carbono ainda não está regulamentado. Entretanto, em dezembro passado, o Projeto de Lei 148/2015 que busca estabelecer o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) foi aprovado pela Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal e seguiu para aprovação na Câmara dos Deputados. 

O objetivo da regulamentação é limitar as emissões de gases poluentes e gerar um incentivo econômico para que empresas reduzam suas emissões. Só assim será possível cumprir as previsões da política nacional sobre as mudanças climáticas e os compromissos assumidos pelo Brasil na Convenção das Nações Unidas sobre mudança do clima e no Acordo de Paris. 

Entenda o funcionamento

Não é simples, mas também não é difícil entender o funcionamento do universo crédito carbono. Entenda: um crédito de carbono corresponde a uma tonelada de dióxido de carbono (CO2). A diminuição desse gás é convertida em créditos de carbono, a cada tonelada de CO2 não emitida à atmosfera ou reduzida gera um crédito de carbono. 

Assim os créditos representam a “não emissão” de gases que causam o efeito estufa na atmosfera ou uma redução na quantidade de emissões, explica o texto do BNews.

E mais, para saber a influência das empresas nas mudanças climáticas, é necessário converter todos os gases que ela pode emitir em suas atividades com base em seu potencial de geração de efeito estufa em comparação ao dióxido de carbono (CO2), calculando-os finalmente em CO2 equivalente. “Quando uma empresa realiza o cálculo de quanto CO2 ela emite e realiza a compensação do número de créditos equivalentes, ela se torna neutra em carbono.”

Onde são investidos os créditos de carbono? 

Com os créditos de carbono é possível proteger áreas de preservação natural, investir em  projetos de geração de energia a partir do uso de biomassa, geração de energia renovável, reflorestamento (projetos ARR) e é possível evitar o desmatamento através dos chamados REDD+ (Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal).

Empresas certificadoras como a Carbon Free Brasil ajudam empresas a colaborarem com a descarbonização.  “Ajudamos as empresas a saberem quanto carbono elas emitem, para que possam assumir a responsabilidade de seu impacto no meio ambiente. Outro aspecto relevante do nosso trabalho é selecionar projetos de crédito de carbono que realmente tenham um impacto positivo comprovado no meio ambiente e na sociedade”, comentou  Luiz Henrique Terhorst, CEO do Carbon Free Brasil ao BNews.

Meta de carbono neutro até 2050

O BNews lembra que a meta estabelecida pelo Acordo de Paris, assinado por 195 países, é limitar o aquecimento global até 2ºC, com foco em manter o 1,5ºC e  atingir a neutralidade de carbono até 2050. “Além disso, para limitar o aquecimento global em 1,5°C – o limite considerado seguro pelo Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC) – é necessário atingir a neutralidade.”

Acompanhe as principais recomendações para investir em ESG, por aqui.

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Este post está disponível na íntegra no Clube.Acionista

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Cátia Chagas

Editora e produtora de Conteúdo do Portal Acionista e Clube. Foco em mercado de capitais; empresas e ESG. Atua também em Jornalismo de Produto (certificada pelo Knight Center for Journalism in the Americas). Jornalista graduada PUCRS; Especialização em Comunicação Política pela UNISC; MBA em Comunicação e Marketing para Mídias Sociais na Universidade Estácio de Sá; Especialização em Gestão e Governança Corporativa aplicada a práticas ESG. Com passagem pelos veículos G1RS; GZH e Grupo Sinos.
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Cátia Chagas

Editora e produtora de Conteúdo do Portal Acionista e Clube. Foco em mercado de capitais; empresas e ESG. Atua também em Jornalismo de Produto (certificada pelo Knight Center for Journalism in the Americas). Jornalista graduada PUCRS; Especialização em Comunicação Política pela UNISC; MBA em Comunicação e Marketing para Mídias Sociais na Universidade Estácio de Sá; Especialização em Gestão e Governança Corporativa aplicada a práticas ESG. Com passagem pelos veículos G1RS; GZH e Grupo Sinos.

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